Envolvido
recentemente na polêmica do helicóptero encontrado com quase meia tonelada de
cocaína, o senador Zezé Perrela (PDT) está no foco do procurador-Geral da
República, Rodrigo Janot, que o investiga por suposta lavagem de dinheiro,
quando ele era presidente do Cruzeiro; venda do jogador Luisão, ao Benfica, de
Portugal, em 2003, é considerada suspeita pela PF, pois parte do dinheiro da
negociação teria sido pulverizado em contas de empresas ligadas ao senador;
caso foi reaberto no Supremo; enquanto isso, MP de Minas investiga evolução
patrimonial do senador, que declarou ter R$ 490 mil em bens, quando foi
suplente de Itamar Franco, mas adquiriu fazenda de R$ 60 milhões
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Dag Vulpi - Envolvido
recentemente na polêmica do helicóptero que foi apreendido no Espírito
Santo com 445 kg de pasta-base de cocaína, o senador Zezé Perrela (PDT-MG) terá
mais problemas pela frente em 2014. A Procuradoria-Geral da República defende a
quebra de sigilo bancário e fiscal do parlamentar para aprofundar investigação
contra ele e seu irmão, Alvimar de Oliveira Costa, em inquérito que tramita no
Supremo Tribunal Federal.
Ex-presidentes
do time mineiro Cruzeiro, os dois são investigados por suposta lavagem de
dinheiro na venda do zagueiro Luisão ao Benfica, de Portugal. A negociação
envolveu um clube uruguaio e é considerada suspeita pela Polícia Federal, que
indiciou Perrella em 2010 pelo caso. O caso foi retomado agora, dez dias depois
de a polícia encontrar cocaína no helicóptero da empresa do filho de Perrella.
O STF enviou o
caso o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu que o ministro
Ricardo Lewandowski reconsiderasse a decisão de não autorizar a quebra de
sigilo bancário. Advogados do Cruzeiro, que também defendem o senador, alegam
haver erros na petição do Ministério Público, e Lewandowski desautorizou parte
da quebra do sigilo bancário e fiscal.
Em 2003,
Luisão foi vendido por 2,5 milhões de dólares ao clube uruguaio Central Español
e logo em seguida repassado por cerca de 1 milhão de dólares a menos ao
Benfica. Investigadores suspeitam que parte do valor declarado na negociação
com o time uruguaio voltou irregularmente ao Brasil e teria sido pulverizado em
contas de empresas ligadas à Perrella e ao irmão dele.
Perrella
assumiu a presidência do Cruzeiro em 1995. Ele já foi deputado por três vezes e
era suplente do senador Itamar Franco. Ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE),
Perrella informou ter R$ 490 mil em bens, mas adquiriu uma fazenda estimada em
R$ 60 milhões. Sobre isso, o Ministério Público Eleitoral investiga a evolução
patrimonial do parlamentar. Seu filho é o deputado estadual Gustavo Perrela,
que, oficialmente, é mais rico que o pai. Declarou à Justiça Eleitoral ter
patrimônio de R$ 1,9 milhão.
Já o
helicóptero que foi apreendido pela PF, deverá ser confiscado. O governo do
Espírito Santo e a própria PF manifestaram oficialmente, em juízo, interesse na
utilização do helicóptero da família do senador. Em despacho do juiz federal
Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa, antes do recesso de fim de ano do
judiciário, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e o
comando da Superintendência da PF daquele estado declararam que pretendem ficar
com o helicóptero modelo Robinson 66, avaliado em R$ 3 milhões. Pela
legislação, qualquer meio de transporte utilizado para o tráfico de drogas pode
ser confiscado para uso do Estado, caso comprovado o interesse público e
responsabilidade de conservação do bem.
Via 247
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