Kelly Oliveira
- Agência Brasil
Blog Dag Vulpi – A
Polícia Federal (PF) vai iniciar a segunda fase de investigações para
identificar outros participantes do esquema de desvio de
R$ 73 milhões da Caixa Econômica Federal. A operação da PF recebeu o nome de
Éskhara e conta com o apoio do Ministério Público Federal.
Segundo o
delegado federal Omar Pepow, a PF identificou inicialmente as contas bancárias
que mais receberam dinheiro do desvio e agora vai analisar cerca de 200 contas
bancárias. Do total de R$ 73 milhões, cerca de 70% já foram recuperados. De
acordo com Pepow, estão sendo investigados os desvio de R$ 4,5 milhões enviados
para contas no Ceará e R$ 750 mil enviados para contas na Bahia.
A fraude – a
maior já sofrida pela Caixa, ocorreu no final de 2013 e foi denunciada pela
própria instituição financeira à Polícia Federal. De acordo com a PF, a
quadrilha usou documentos falsos para abrir uma conta-corrente em uma agência
da Caixa de Tocantinópolis (TO). Pouco tempo depois, cerca de R$ 73 milhões
foram depositados nessa conta. Desviado do banco estatal, o dinheiro foi
depositado como sendo pagamento de um prêmio da mega sena que nunca existiu.
Por fim, o montante foi transferido para várias contas.
Durante as
investigações, os agentes prenderam o ex-gerente-geral da agência da Caixa em
Tocantinópolis, Robson Pereira do Nascimento. De acordo com Pepow, Nascimento
tinha senha para acessar o sistema do banco, que libera recursos de prêmios de
loterias. Entretanto, era preciso enviar informações sobre o bilhete premiado e
esperar a autorização do banco para liberar o dinheiro. Segundo o delegado, o
ex-gerente liberou o dinheiro sem autorização e sem enviar as informações do
bilhete.
No último
sábado (18), a PF prendeu o suplente de
deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto. Filiado ao PMDB, ele é suspeito
de fazer parte do esquema de desvio de dinheiro. De acordo com o delegado,
ainda há quatro foragidos.
Segundo o
delegado federal, há gravações de conversas telefônicas, obtidas com
autorização judicial, em que o ex-gerente, pouco antes de ser preso, pede ajuda
a Neto para se defender, demonstrando já ter conhecimento de que a PF
investigava o assunto e identificara alguns dos envolvidos no esquema.
A Caixa informou
que não vai comentar o caso durante as investigações e que acionou a Polícia
Federal logo que constatou a fraude. “O banco continua acompanhando o caso e
está à disposição da PF para colaborar com as investigações”, disse a Caixa, em
nota.
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