Matador
em série mais jovem de que se tem notícia tinha 8 anos quando matou três bebês
em cidade indiana.
Paintsville
(Kentucky), 18 de maio de 1929. Duas crianças brigam por um pedaço
de ferro que seria vendido por centavos a um ferro-velho. É a antessala do
Crack da Bolsa, evento que jogou a economia americana numa duradoura
depressão. É, também, provavelmente o registro do assassino mais jovem da
história.
Aos 6 anos,
Carl Newton Mahan foi atingido no rosto pela tira de metal lançada
pelo colega Cecil Van Hoose, de 8. Contrariado, Mahan foi até a sua casa,
pegou a arma do pai e atirou em Van Hoose. O crime abalou a cidade, mas
não houve polêmica no julgamento, que durou cerca de 30 minutos: o menino
foi condenado a uma pena de 15 anos num reformatório, mas dias depois foi
autorizado a ficar com os pais.
Crianças
assassinas sempre suscitam, entre especialistas, discordâncias sobre se
são vítimas ou culpadas. É o caso da britânica Mary Bell, que em 1968,
cometeu dois crimes cruéis quando tinha 11 anos. Ela matou, no espaço de duas
semanas, dois garotos (de quatro e três anos) - foi acusada ainda de tentar
estrangular quatro garotas. "Qual é o problema, todo mundo vai morrer
um dia?", disse ao ser detida.
Mary Bell era
filha de uma prostituta que foi abusada sexualmente por clientes
da própria mãe. Nunca soube quem era seu pai. É um exemplo clássico de
criança nascida e criada num ambiente conturbado e sem valores em que
cometer um assassinato, para muitos psicólogos, seria o menor dos
problemas.
Crimes
cometidos por menores muitas vezes também provocam "panes" no sistema
judicial, que não sabe como tratar determinados casos, jogando-os num buraco
negro jurídico. Isso ocorreu, de certa forma, no caso de Mary Bell - não havia
jurisprudência em território britânico.
Descrita como
psicopata, Mary cumpriu pena por 22 anos, até 1980, quando foi libertada e
iniciou uma nova vida: a justiça lhe concedeu uma ordem de anonimato. Mary
ganhou um novo nome e não pode ser fotografada. Sua história está no livro
Gritos no Vazio, da jornalista Gitta Sereny, até hoje a única pessoa a
entrevistá-la.
Matador-mirim
Em 2007, na
Índia, o caso de Amardeep Sada é único porque se enquadraria no que
se convencionou chamar de serial killer. Aos 8 anos, ele confessou ter
matado uma irmã, de oito meses, e uma prima e outro bebê sem relações de
parentesco, ambos de seis meses. Os dois primeiros crimes (cometidos por
estrangulamento) foram mantidos em segredo pela família.
Enquanto era
interrogado, Amardeep apenas sorria e pedia comida. Condenado
por homicídio, está internado numa instituição para menores infratores, de
onde deve ser libertado em 2017, quando completar 18 anos.
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