A forte queda das ações da Petrobras levou a bolsa brasileira ao seu menor fechamento em três meses. Embora a estatal tenha anunciado reajuste nos preços dos combustíveis, agentes acreditam que o valor anunciado não é suficiente para cobrir a defasagem dos preços, e a não divulgação do cálculo levado em conta para o aumento dos preços também gerou desconforto.
O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou o primeiro pregão do mês em queda de 2,25%, aos 51.299 pontos - a menor pontuação registrada desde setembro - e um volume negociado de R$ 7,5 bilhões. Com isso, o índice acumula no ano uma desvalorização de 15,93%.
A grande aversão ao risco gerada pelo posicionamento da Petrobras foi o principal fator de referência do dia. Na sexta-feira, a estatal anunciou um reajuste de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel nas refinarias, sem divulgar como será a nova metodologia de precificação. A falta de informações sobre esse ajuste levou uma série de analistas a revisarem seus prognósticos para a empresa.
Após participar de evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não comentou a queda das ações da estatal, mas declarou que o impacto do reajuste de preços na bomba de combustível deve ficar entre 2% e 2,5%, mas que a inflação no país está sob controle.
“A questão da Petrobras é que ela teve um fator bom e um fator ruim: o fator positivo é o reajuste, que foi bom devido a redução dos subsídios para o preço dos combustíveis no país. O ponto negativo é que a metodologia de precificação, que a principio ainda não foi fechada, e mesmo quando for, ela vai ser estritamente interna à empresa”, explica o analista Elad Victor Revi, da corretora Spinelli. “Ou seja, a falta de transparência é tamanha para uma empresa desse porte que o mercado todo bateu nela. E isso não é só ruim por conta da transparência, mas também pela governança”. E a queda das ações da Petrobras acabou puxando outros setores consigo.
Para o analista, a falta de transparência deve ser levada em consideração pelos investidores durante algum tempo.
No câmbio, a cotação do dólar à vista no balcão subiu 0,94%, chegando ao teto do dia – R$ 2,3580, atingindo seu maior valor de fechamento desde o dia 03 de setembro. Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, o valor da moeda ganhou força depois que o Instituto para Gestão de Oferta (ISM) divulgou que o índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos atingiu 57,3 pontos em novembro, superando as expectativas e atingindo seu maior resultado no ano.
Os agentes também acompanharam os dados da balança comercial de novembro: o superávit apurado em novembro ficou em US$ 1,740 bilhão, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Contudo, o resultado não afetou as negociações.
A divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre de 2013 será o destaque da agenda macroeconômica brasileira nesta terça-feira. No exterior, destaque para o índice de otimismo econômico nos Estados Unidos, o indicador de preços ao produtor na zona do euro e o índice de atividade dos gerentes de compra no setor de serviços da China.
Do GGN
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