Agência Brasil
- A terceira edição da pesquisa Estatísticas do Empreendedorismo, referente a
2011, que foi divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), mostra que as empresas de alto crescimento (EAC) pagam, em
geral, um salário médio menor que a das demais empresas de economia.
Segundo o
IBGE, considera-se como empresa de alto crescimento aquela que tem dez ou mais
assalariados e que apresenta crescimento médio do seu pessoal ocupado
assalariado de, pelo menos, 20% nos três anos anteriores. Já a empresa de alto
crescimento orgânico é aquela em que o aumento do seu pessoal assalariado se
deve a novas contratações no período de observação, enquanto uma empresa de
alto crescimento externo deve o alto crescimento de seu pessoal assalariado a
mudanças estruturais, como operações de cisão, fusão e incorporação. As
empresas de alto crescimento total são a soma das EAC orgânico e EAC externo.
A mesma
relação é observada em termos de proporção de empregados do sexo feminino,
destacou Santos. Embora tenha sido registrado aumento na participação de
mulheres nas empresas de alto crescimento total, essas empresas empregam menos
mulheres que a média de todas as empresas do Brasil. “As empresas que estão
crescendo muito estão pagando um pouco menos que a maioria e estão contratando
menos mulheres”. Nas EAC total, o número de mulheres ocupadas foi, em média,
33%, em 2011. Para as empresas ativas no geral, com dez ou mais empregados, a
média de mulheres se elevou para 34,9%.
O estudo do
IBGE revela, ainda, que as EAC total têm 9,9% de empregados com nível superior
completo, enquanto nas EAC orgânico esse número cai para 8,4% e sobe para 11%
entre as empresas ativas da economia. Isso tem uma razão, informou Cristiano
Santos. “É mais ou menos o mesmo motivo de o salário ser mais baixo e haver
contratação menor de mulheres. O que acontece é que as empresas que estão crescendo
no Brasil estão promovendo esse crescimento através do pagamento de um salário
menor e também contratando gente menos qualificada”.
Outro dado
importante é que as empresas de alto crescimento que continuaram crescendo
entre 2008 e 2011 apresentaram uma expansão contínua do pessoal ocupado
assalariado igual ou superior a 20% em todo o período. “É um grupo muito
pequeno, mas que está acelerando [o crescimento]”.
Nesse caso
estão 1.931 EAC que representaram, em 2011, 5,6% das empresas de alto
crescimento em 2008. “São bem relevantes mesmo”, disse. Essas 1.931 EAC
ocupavam, em 2011, 976.670 pessoas assalariadas, o que equivalia a 19% do total
do pessoal ocupado assalariado e pagavam R$ 2,2 bilhões em salários e outras
remunerações (23% do total). O salário médio mensal pago por essa parcela de
EAC correspondia a 3,2 mínimos, superando o salário médio das EAC total (2,7
salários/mês).
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