Agência
Brasil - O advogado Marthius Sávio Cavalcante Lobato, que defendeu o ex-diretor
de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, no julgamento do Supremo
Tribunal Federal (STF), disse que seu cliente está na Itália. O advogado
informou que desconhece quando Pizzolato, um dos réus condenado na Ação Penal
470, o processo do mensalão, deixou o Brasil e quais foram os motivos da
decisão. "Ele fez isso isoladamente. Não sei qual foi o pensamento dele.
Foi uma decisão isolada", disse.
O
advogado, no entanto, ainda manteve contato com a Polícia Federal no Rio e em
Brasília para tratar do caso. Pela manhã, ele confirmou ao delegado da Polícia
Federal, da superintendência do órgão no Rio de Janeiro, Marcelo Nogueira, que
uma carta divulgada na imprensa pela família de Pizzolato era mesmo do
ex-diretor do Banco do Brasil. Nela, Pizzolato, que tem dupla cidadania, diz
que decidiu buscar um novo julgamento na Itália.
"Por
não vislumbrar a mínima chance de ter julgamento afastado de motivações
político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e
voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo
julgamento, na Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia
empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália.
Agradeço com muita emoção a todos e todas que se empenharam com enorme
sentimento de solidariedade cívica na defesa de minha inocência, motivadas em
garantir o Estado Democrático de Direito que a mim foi sumariamente negado”,
concluiu Pizzolato.
O
delegado Marcelo Nogueira informou que, como a Polícia Federal não pôde prender
Pizzolato porque ele não estava em casa, o réu no processo é considerado
foragido e vai passar a integrar a lista da Interpol. "A partir do momento
em que o mandado de prisão não foi cumprido porque ele estava ausente, ele já é
considerado foragido. Este é o procedimento padrão", explicou em
entrevista à Agência Brasil.
Marcelo
Nogueira confirmou que recebeu a ligação do advogado Marthius Sávio Cavalcante
Lobato assegurando que a carta divulgada na imprensa era de Pizzolato e, portanto,
indicando que ele está fora do Brasil.
O
delegado disse que não está mais prevista qualquer ação da Polícia Federal no
Rio de Janeiro com relação à prisão de Pizzolato. "Agora, é com o
Ministério da Justiça", concluiu.
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