O plenipotenciário presidente do
Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, já decidiu: vai tirar das mãos do
juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Ademar Vasconcelos, a
condução das prisões da Ação Penal 470, para entregar o caso ao substituto
Bruno Ribeiro. O problema: Bruno é filho de Raimundo Ribeiro (foto),
ex-deputado distrital pelo PSDB, dirigente tucano no Distrito Federal e
apresentador de um programa, o Tribuna Livre, onde, regularmente, ataca os réus
da Ação Penal 470; presidente do STF parece decidido a matar ou morrer.
Brasília 247 - Aos poucos, Joaquim Barbosa se converte em dono
do Poder Judiciário no Brasil. Neste fim de semana, a revista Veja o retrata
como sinônimo da própria lei (leia aqui). E ele, animado com esta condição de plenipotenciário
da Justiça, avança cada vez mais o sinal. Reportagem de ontem do jornal Estado
de S. Paulo informa que Barbosa decidiu substituir o juiz titular da Vara de
Execuções do Distrito Federal, Ademar de Vasconcelos, por considerá-lo
benevolente com os presos (leia aqui).
É exatamente aí que começa o
problema. Barbosa quer trocar Vasconcelos pelo juiz substituto Bruno Ribeiro,
que, na sua visão, seria mais rígido. Há, no entanto, uma ligação política que
torna essa troca ainda mais polêmica. Bruno Ribeiro é filho de Raimundo
Ribeiro, dirigente do PSDB no Distrito Federal, ex-deputado distrital e
apresentador do programa Tribuna Livre, onde um de seus esportes prediletos era
justamente atacar os réus da Ação Penal 470. Caso se torne efetivamente o juiz
responsável pelos casos de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, Bruno
Ribeiro será questionado sobre o caráter de suas decisões: se técnicas, ou
políticas.
Curiosamente, foi para ele que, no
dia 15 de novembro, Joaquim Barbosa mandou as ordens de prisão. Bruno Ribeiro
estava de férias e isso fez com que réus condenados ao regime semiaberto
ficassem mais tempo presos em regime fechado.
Essa ilegalidade, em tese, poderia
ensejar um pedido de impeachment do próprio presidente do Supremo Tribunal
Federal, segundo afirma o jurista Claudio Lembo, de perfil
conservador. "Nunca houve impeachment de um presidente do STF. Mas
pode haver, está na Constituição. Bases legais, há. Foi constrangedor, um
linchamento. O poder judiciário não pode ser instrumento de vendetta", diz
ele (leia mais aqui).
Um manifesto assinado pelos
juristas Celso Bandeira de Mello e Dalmo de Abreu Dallari também condena as
arbitrariedades do presidente Joaquim Barbosa e pede que os demais ministros
reajam para que o STF não se torne refém de seu presidente (leia aqui).
Via 247
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