Apontado como
uma das principais causas de internação e morte no país, o acidente vascular
cerebral (AVC) pode ser prevenido, em boa parte dos casos, com hábitos
saudáveis no decorrer da vida, como a prática moderada de exercícios. No Dia
Mundial de Combate ao AVC, lembrado hoje (29), especialistas alertam que a
busca por atendimento médico de emergência logo após o aparecimento dos
primeiros sintomas é fundamental. O atendimento rápido garante que a aplicação
dos medicamentos ocorra antes de quatro horas e meia, período considerado chave
para reduzir a mortalidade.
De acordo com
a Organização Mundial de AVC, a doença é responsável por 6 milhões de mortes a
cada ano. Dados
do Ministério da Saúde mostram que entre 2000 e 2010, a mortalidade
por acidente vascular cerebral no país caiu 32% na faixa etária até 70 anos,
que concentra as mortes evitáveis. Apesar disso, só em 2010, mais de 33 mil
pessoas morreram em decorrência de AVC nessa faixa etária.
Membro da
Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e presidente da Sociedade de
Neurocirurgia do Rio de Janeiro, o médico Eduardo Barreto acredita que o
desconhecimento da população sobre os sintomas é uma dos maiores dificuldades
no combate ao AVC.
"Um dos
maiores problemas que percebemos é o desconhecimento dos sintomas, que servem
como sinal de alerta e, se fossem identificados adequadamente, poderiam evitar
verdadeiras catástrofes provocadas pelo AVC", disse ele, que citou como
principais sintomas a fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo,
dificuldade para falar, entender o interlocutor ou enxergar, tontura repentina
e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente. "Assim que algum
dessas situações for percebida, é preciso buscar imediatamente assistência
médica de urgência", acrescentou.
O especialista
ressaltou que quando o atendimento ocorre em tempo hábil é possível submeter o
paciente a exames para determinar o tipo de AVC e a área do cérebro atingida e
fazer os procedimentos necessários, como a injeção de medicamentos que
dissolvem o coágulo. Ele enfatizou que, com isso, as possibilidades de
recuperação são muito maiores. Barreto destacou que, sem o diagnóstico precoce,
o AVC pode provocar, com mais frequência, o comprometimento irreversível do
cérebro, causando perda da noção das relações - capacidade de o paciente
identificar se uma pessoa é sua mãe, esposa ou filha, por exemplo - sequelas
motoras, como paralisia de pernas e braços e perdas de linguagem. Ele
acrescentou que os fatores que aumentam as chances de ocorrer um AVC são a
hipertensão, o diabetes, fumo, álcool, a alta taxa de colesterol e o
sedentarismo. A doença atinge principalmente idosos com mais de 60 anos de
idade, porém há registros de ocorrências em jovens e recém-nascidos.
O AVC é
causado pela interrupção brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral
provocada por um coágulo, denominado isquêmico, ou o rompimento de um vaso
sanguíneo provocando sangramento no cérebro, chamado hemorrágico. O AVC
isquêmico é o mais comum, representando mais de 80% dos casos da doença.
A Organização
Mundial de AVC recomenda, para saber se uma pessoa está tendo a doença,
primeiramente pedir que ela sorria e verificar se o sorriso está torto. Em
seguida, observar se ela consegue levantar os dois braços. Outro passo é notar
se há alguma diferença na fala, se está arrastada ou enrolada. Caso seja
identificado algum desses sinais, deve-se procurar imediatamente um serviço de
saúde.
Agência Brasil
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