Suspeito de
integrar um esquema de fraude em licitações públicas, o ex-assessor do
Ministério do Trabalho, Anderson Brito Pereira, se entregou à Polícia Federal
(PF) na noite desta segunda-feira (9). A informação foi confirmada há pouco
pela superintendência da PF no Distrito Federal. Investigado pela Operação
Esopo, Pereira deve ser levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, na capital
federal.
Devido às
suspeitas, o ministério exonerou Pereira e o coordenador de Contratos e
Convênios da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, Geraldo Riesenbeck.
As duas portarias ministeriais
foram publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União.
Riesenbeck e o
subsecretário de Planejamento do ministério, Antônio Fernando Decnop, foram
presos ontem. Outro suspeito de participar do esquema, o secretário-executivo
do ministério, Paulo Roberto Pinto, prestou depoimento e foi liberado em
seguida
Em nota, o
ministério esclareceu que, como o processo tramita em caráter sigiloso, pediu à
polícia informações sobre a Operação Esopo. Além disso, solicitou à Advocacia-Geral
da União que acompanhe o caso e informou que vai instaurar processos
administrativos disciplinares para apurar os fatos. O ministério garantiu que
não mantém convênio com a organização não governamental Instituto Mundial de
Desenvolvimento e Cidadania. Os convênios celebrados com municípios e estados
que estiverem sendo investigados serão suspensos.
Iniciadas há
dois anos, as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Esopo
constataram indícios de fraude em licitações de prestações de serviços,
construção de cisternas, produção de eventos turísticos e de festivais
artísticos. Segundo a polícia, o aos cofres públicos chegam a R$ 400 milhões.
Os contratos
eram celebrados com organizações da sociedade civil de interesse público aptas
a fazer parceria com o governo, mas os serviços contratados ou eram
superfaturados ou simplesmente não eram feitos. Parte do dinheiro recebido pela
contratada era repassado a agentes públicos envolvidos no esquema. As fraudes
ocorriam em 11 estados – Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de
Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Ceará, Amapá, Paraná, Roraima e Pernambuco – e
no Distrito Federal.
Agência Brasil
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