O Ministério
da Saúde divulgou ontem (19) que dos 682 médicos com diploma estrangeiros que
chegaram ao país para o treinamento da primeira etapa do Programa Mais Médicos,
11 ficaram de recuperação e um foi reprovado. Por três semanas, os
profissionais tiveram aulas sobre saúde pública, com foco na organização e
funcionamento do Sistema Único de Saúde e língua portuguesa e em seguida foram
avaliados sobre os temas.
O médico que
foi reprovado é libanês e atuou na Ucrânia antes de vir para o Brasil. Ele iria
atuar em Franco da Rocha (SP), mas foi eliminado do programa porque teve
desempenho final abaixo de 30% nas avaliações.
Quatro médicos
que atuavam em Cuba, três na Venezuela, um na Rússia, um na Bolívia, um na
Argentina e um na Espanha tiveram desempenho entre 30% e 50% e vão passar por
duas semanas de reforço em Brasília antes de começarem a trabalhar pelo
programa. Para o cálculo de desempenho, foram considerados o conjunto de
exercícios e atividades do módulo de avaliação (40%) e o teste final (60%).
De acordo com
a assessoria do Ministério da Saúde, existe a possibilidade de um segundo
adiamento do inicio da atuação desses médicos, pois até agora apenas 19 médicos
com diploma estrangeiro têm registro provisório. Os registros foram concedidos
hoje pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul. Inicialmente eles
começariam a atuar no dia 17 de setembro, mas a pasta adiou para o dia 23.
Desde o
anúncio da vinda de médicos formados no exterior sem necessidade de revalidação
do diploma, as entidades médicas anunciam que não registrariam os
profissionais, alegando que a legislação brasileira exige que eles passem pelo
Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida). Para as entidades
médicas, a não revalidação do diploma deixa a população sem garantia da
qualidade dos profissionais. Em vários estados brasileiros, médicos foram às
ruas no mês de julho para protestar contra o programa.
Conselhos regionais
de vários estados entraram com ações na Justiça pelo direito de não concederem
o documento, mas até agora o pedido tem sido negado. A assessoria de imprensa
do Ministério da Saúde diz que, apesar das decisões judiciais, ainda há um
movimento dos CRMs para evitar a concessão dos registros provisórios.
Para o
Ministério da Saúde, dispensar o exame é uma forma de evitar a concorrência dos
médicos estrangeiros, incluídos no Mais Médicos, com os brasileiros na medida
em que, se tivessem o diploma validado, poderiam trabalhar onde quisessem e não
apenas com autorização exclusiva para atuar na periferia das grandes cidades e
em municípios do interior.
Agência Brasil
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