Luciano Bottini Filho - Estadão
Marcas de sangue na cena do crime onde morreram cinco membros da família
de um casal de policiais militares, no dia 5, na Brasilândia, zona norte da
capital, podem ter sido removidas antes da chegada da polícia, segundo
informações da investigação. Pelo inquérito, Marcelo Pesseghini, de 13 anos, é
o principal suspeito de assassinar pais, avó, tia-avó e de se matar.
Uma das muitas controvérsias sobre o caso é o fato de que as imagens da
residência mostrarem pouca presença de sangue. A perícia apontou que o
assassino pode ter feito uma limpeza, principalmente no espelho do quarto da
tia-avó, Bernardete Oliveira da Silva, de 55 anos, a única que, segundo a
apuração preliminar, teria recebido mais de um disparo.
Segundo a polícia, assim que os peritos começaram a fazer os exames foi
aplicado uma substância chamada luminol para localizar sangue invisível ao olho
humano. Os investigadores procuraram também roupas ou panos que pudessem ser
usados por Marcelo para se livrar do sangue.
Uma hipótese é que ele tenha mudado de roupa e a jogado no caminho da
escola. Imagens de câmeras de segurança mostram o garoto estacionado e saindo
do carro de sua mãe perto do colégio, em que assistiu aula pela manhã e de onde
voltou para casa de carona com o pai de um amigo, por volta do meio-dia.
Ao todo, na madrugada dos crimes, foram ouvidos cinco disparos. Testes
feitos pela polícia na madrugada de ontem confirmaram os depoimentos dos
vizinhos. O barulho poderia ser ouvido a cerca de 50 metros de distância,
segundo testemunhas. O teste foi feito com o mesmo tipo de arma usada no crime,
uma pistola .40, no dia e no horário estimados da chacina. Os laudos periciais
dos testes sonoros feitos na madrugada de ontem ainda serão revelados com
outras análises que o Instituto de Criminalística (IC) tem em andamento.
Sequência da tragédia
A ordem das mortes, até agora, seria: o sargento das Rondas Ostensivas
Tobias de Aguiar (Rota) Luis Marcelo Pesseghini, de 40 anos, sua mulher, a cabo
Andreia Regina Bovo Pesseghini, de 35, e a avó materna, Benedita Oliveira Bovo,
de 65.
A tia-avó teria morrido por último e recebido dois tiros - um sinal de
que estaria acordada e teria tentado se defender.
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