O senador
Magno Malta criticou a presidente por ter sancionado lei que permite a adoção
de métodos contraceptivos para vítimas de estuproO senador Magno Malta criticou
a presidente por ter sancionado lei que permite a adoção de métodos
contraceptivos para vítimas de estupro.
Por José
Rabelo No Seculo Diario
O isolamento
do PT capixaba, que deve se manter na base aliada do PSB do governador Renato
Casagrande, até então, criava o cenário favorável para o senador Magno Malta
(PR), na condição de candidato ao governo do Estado, surgir como palanque
alternativo para a presidente Dilma Rousseff no Espírito Santo.
Entretanto, a
boa relação entre Dilma e Magno pode ter azedado nessa quinta-feira (1) após a
presidente sancionar, sem vetos, a lei que obriga os hospitais do Sistema Único
de Saúde (SUS) a prestarem atendimento emergencial e multidisciplinar às
vítimas de violência sexual. A essas pessoas, o governo vai oferecer
contraceptivos de emergência – a chamada pílula do dia seguinte.
Imediatamente
após a lei ser sancionada, Malta criticou Dilma. O senador do PR disse que a
presidente não cumpriu acordo com os religiosos e abriu a porta para
legalização do aborto no Brasil.
Magno Malta se
refere à campanha eleitoral de 2010, quando Dilma foi duramente criticada por
lideranças religiosas e setores conservadores da sociedade ao defender a
legalização do aborto.
A declaração,
considerada inadequada pelos marqueteiros da campanha petista, obrigou Dilma a
recuar e tentar convencer esses segmentos que havia sido mal
interpretada.
Para
estrategistas do PT, o argumento precisava ter mais peso. Decidiram então apelar
para o senador Magno Malta, que sempre foi identificado como um parlamentar
ultraconservador. O republicano saiu de mãos dados com Dilma durante a campanha
país afora, fazendo o meio de campo entre a presidenciável e segmentos
conservadores, contrariados com a posição da então candidata.
Nesta
sexta-fera (2), Malta lembrou que Dilma havia feito um acordo com lideranças
religiosas, que vetaria iniciativas que promovam o aborto.
Polêmica à
parte, o fato é que as críticas ácidas de Magno a Dilma, justamente neste
momento de profunda crise no governo federal, quebra a confiança que a
presidente havia depositado no senador do PR.
Com a
popularidade em queda livre e com o processo eleitoral de 2014 sinalizando para
uma acirrada disputa, Dilma não poderá desprezar votos, mesmo em colégios
eleitorais considerados mais modestos, como é caso do Espírito Santo.
O problema é
que Dilma, por enquanto, não tem palanque no Estado. Casagrande, cada vez mais
pressionado pelo presidenciável do PSB Eduardo Campos, recuperou o discurso da
neutralidade, o que inviabilizaria um palanque exclusivo para a
presidente.
No PMDB do
ex-governador Paulo Hartung, Dilma não confia. Principalmente agora que o
partido começa a flertar abertamente com o PSDB, principal rival do PT.
O PT,
emparedado, na tem outro saída a não ser manter-se na base do governo. O
cenário atual não conspira para o partido lançar candidatura própria. Esse não
parece ser o plano do PT capixaba, que luta apenas para sobreviver.
Se Magno Malta
não reconsiderar, Dilma, por enquanto, está a pé no Espírito Santo.
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