Lisboa – O
risco de viver em condições de pobreza em Portugal é de 17,9%, informou hoje
(15) o Instituto Nacional de Estatística (INE). O dado oficial (ainda
provisório) é relativo a 2011 e foi apurado no ano passado pelo Inquérito
às Condições de Vida e Rendimento.
Conforme a
pesquisa, o indicador permanece estável (em torno dos 18%) desde 2008,
epicentro da crise financeira internacional que levou Portugal à recessão (há dez trimestres consecutivos) e recorde
de desemprego (17,7% no primeiro trimestre de 2013).
Apesar da
estabilidade do risco de pobreza, o INE verificou piora das condições
socioeconômicas e diferença do fenômeno, conforme o estrato social. O
rendimento monetário líquido por adulto caiu de 421 euros mensais para 416 euros
mensais (cerca de R$ 1.230).
Como também
acontece no Brasil, as mulheres e o grupo formado por crianças e jovens (até 17
anos) têm mais chances de serem pobres; 18,2% e 21,7%, respectivamente. O risco
de pobreza também varia conforme o tamanho das famílias. As mais numerosas
(dois adultos com três filhos ou mais) estão mais vulneráveis (41,2%); seguida
pelas famílias monoparentais, com apenas um adulto (30,5%); e por último as
pessoas adultas que vivem só (24,2%).
Num período em
que o governo ainda pretende cortar gastos públicos para promover um ajuste econômico, as despesas sociais
mostram-se fundamentais para a redução da pobreza. Segundo o INE, “considerando
apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 45,4%
da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza”. As
transferências protegem especialmente aposentados e pensionistas com pagamento
de subsídios.
Uma em cada
quatro pessoas que estão em risco de pobreza vive em “privação material
severa”. Entre esse grupo há quem não consiga fazer uma refeição com carne ou
peixe pelo menos de dois em dois dias; há quem tenha despesas da residência em
atraso; quem não possa manter a casa aquecida no inverno ou ainda pessoas que
não tenham TV a cores por falta de recursos financeiros.
A desigualdade socioeconômica parece crescente entre os
portugueses. O Coeficiente de Gini (que mede a desigualdade) em termos
percentuais foi de 34,5% em 2011; acima dos 34,2% em 2010 e dos 33,7% medidos
em 2009. Quanto mais próximo de 100%, mais desigual. O coeficiente do Brasil é
em torno de 51%.
Os indicadores
de pobreza em Portugal são divulgados em meio à crise política que poderá levar a troca de governo.
Conforme agenda da Agência Lusa, para esta semana ainda são esperados os
indicadores de conjuntura econômica de junho (INE) e o Boletim Econômico do
Verão (Banco de Portugal).
Via Agencia Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi