Por Maria Inês Nassif, no site do Jornal GGN
Pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos e Opinião Pública (NEOP) da Fundação Perseu Abramo, de 20 de abril a 6 de maio deste ano – portanto antes das manifestações de rua que tomaram todo o país no mês de junho – mostram um sentimento difuso de simpatia à reforma política. Teoricamente, 75% consideram a reforma muito importante – que, junto aos 14,1% que a consideram mais ou menos importante, somam a esmagadora parcela de 89,1% a favor da reforma política. O que ela vem a ser, todavia, acaba sendo o produto de outra soma, a de desconfiança na política e na relação dos políticos com o setor privado.
Se o plebiscito tivesse ocorrido quando a pesquisa foi feita, o financiamento de campanha continuaria misto (público e privado), mas as empresas seriam proibidas de contribuir para a eleição dos candidatos; o voto seria proporcional e nominal, tal como é hoje, mas as coligações para eleger candidatos e vereadores seriam proibidas. Mais do que isso: se fossem consultados, esses brasileiros teriam preferido a Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para a reforma política do que o plebiscito.
Mas, se houvessem pedido a eles a agenda da reforma, o país se surpreenderia: antes que os temas específicos de mudanças nas regras eleitorais e partidárias fossem colocados aos entrevistados, do total de itens elencados por eles como necessários a uma reforma política, apenas 22,7% se referem a uma mudança no sistema eleitoral e partidário. Destes, as duas providências consideradas mais importantes estão nas mãos da Justiça e do próprio eleitor: respeito à Lei Ficha Limpa e escolha de melhores políticos. Quando se referem ao sistema político em geral (26,1%), três outras ideias atraem os entrevistados: reduzir salários e quantidade de políticos e fiscalizá-los.
Para 19,9% dos entrevistados, a reforma política teria de resultar em mudanças em áreas de atuação do governo (em especial Saúde e educação); outros 15,2 querem o fim da corrupção e 13,5% querem medidas que dizem respeito à Justiça (redução da maioridade penal – 7,1% - punição mais rígida de atos violentos – 3,2 -, pena de morte – 1,5% -, reforma do Código Penal – 1,3% - e outros). Também entram na lista reivindicações relativas a salários (5,5%),l outras legislações (4,5%), economia (3,5%) e outros (4%).
Veja a íntegra da pesquisa aqui.
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