Após um pedido
da presidente Dilma Rousseff, a presidente do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), ministra Cármen Lúcia, anunciou nesta segunda-feira (1°) que a
equipe técnica da Justiça Eleitoral estuda a possibilidade de fazer, ainda este
ano, um plebiscito com regras para as eleições de 2014.
Cármen Lúcia
disse que a presidente Dilma Rousseff formalizou, na manhã desta segunda, uma
consulta ao TSE sobre os "prazos mínimos e operacionalização" de um
plebiscito sobre a reforma política.
Diz a carta
enviada por Dilma: "Gostaria de informar que pretendo sugerir aos membros
do Congresso Nacional a realização do plebiscito sobre reforma. Diante disso,
consulto sobre o tempo mínimo bem como os procedimentos necessários para a
operacionalização e a racionalização da referida consulta popular".
A ideia do
estudo é saber se é viável organizar um plebiscito até outubro deste ano. É
necessário um prazo de um ano de antecedência para que as regras decididas no
plebiscito valham para a eleição de outubro de 2014.
A ministra
destacou que "ainda não tenho, nada, absolutamente nada a dizer sobre os
dados". "É uma consulta que envolve a operacionalização e para isso
nós temos nossos órgãos técnicos", disse.
"É certo
que a Justiça Eleitoral está pronta e preparada sempre a cumprir o que a
Constituição determina, que é a consulta popular, mas o TSE tem seus
procedimentos, sistemas, prazos e isso será formalmente analisado",
completou.
Cármen Lúcia
fez o anúncio na última sessão do TSE antes do recesso. A ministra fará uma
reunião com os presidentes dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais para discutir
a viabilidade do plebiscito. Ela disse, ainda, que o corpo técnico do tribunal
já começou o estudo.
Na sessão do
TSE, ela avisou aos colegas ministros que não descarta convocar uma reunião
extraordinária, ainda no recesso, para discutir o resultado do estudo técnico.
Ou seja, o estudo deve ser concluído ainda este mês.
DESORGANIZAÇÃO
Na sessão, o
ministro Gilmar Mendes criticou o pedido de Dilma. O ministro disse que não
cabe à Presidência fazer essa consulta ao TSE, uma vez que é o Congresso que
deve organizar o plebiscito.
Gilmar Mendes
disse que a consulta está "mal organizada" e sugeriu que os
organizadores do plebiscito consultem os "manuais existentes".
"O
Executivo não tem papel nessa matéria, é o próprio Congresso e só o Congresso.
As coisas estão mal organizadas sob essa perspectiva. É preciso que o próprio
Congresso solicite ao tribunal e não a presidente da República".
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