domingo, 16 de junho de 2013

Rebeldes com causa?

Por Antonio Tozzi no site Direto da Direção 
A tarifa do ônibus subiu 20 centavos em São Paulo. Este foi o mote para um grupo de protestantes sair pela cidade quebrando tudo e fazendo protestos nas principais artérias da maior cidade da América do Sul. Na teoria, isto seria um movimento em prol dos mais carentes, uma vez que mesmo um pequeno aumento pode causar um grande rombo nos orçamentos esquálidos da população menos favorecida.


E o movimento não está limitado a São Paulo. Ele vem sendo replicado no Rio de Janeiro, também com os mesmos argumentos. Isto vem causando problemas para as duas principais cidades do país, complicando o tráfego, obrigando os comerciantes a fecharem suas portas, causando prejuízos e amedrontando os demais trabalhadores.

Agora, com o início da Copa das Confederações, surgiu um grupo de manifestantes contra a realização deste evento esportivo e também da Copa do Mundo no ano que vem. E eles não se esquivaram dos enfrentamentos, sobretudo em Brasília, onde fizeram uma barragem de pneus, tocaram fogo e atiraram pedras nos policiais.

Logicamente, houve reação das forças policiais e eles baixaram o cacete nos manifestantes. Vale lembrar que a polícia de Brasília responde a Agnelo Queiroz governador de Brasília, comunista convicto, e filiado ao Partido dos Trabalhadores. Para ser justo, a polícia paulista do governador Geraldo Alckmin, do PSDB, também não economizou borrachadas (até mesmo em repórteres), assim como os agentes da ordem do Rio de Janeiro, do peemebista Sérgio Cabral.

Mas quem são esses manifestantes? Quem está no comando desses movimentos? Difícil identificar, até mesmo porque eles vão às manifestações com os rostos cobertos e agitam bandeiras de partidos de ultraesquerda. Ora, na cabeça desse pessoal, PSDB, PMDB e PT não passam de partidos burgueses que querem manter o statu quo e se curvam às exigências dos capitalistas. Não foi à toa que Dilma Rousseff tomou uma sonora vaia na abertura da Copa das Confederações em Brasília a ponto de o presidente da Fifa, Joseph Blatter, admoestar os torcedores pela falta de educação.

Pessoalmente, considero mesmo uma deselegância vaiar a presidente na abertura de um evento internacional. Os idiotas da objetividade dirão que os torcedores que vaiaram Dilma não passam de brancos riquinhos que podem pagar os preços salgados dos ingressos cobrados pela Fifa. Será mesmo? Esta é uma análise simplista. A verdade é que a população brasileira está cansada da falta de decisão dos governantes brasileiros, sobretudo na questão de segurança pública e do descontrole da inflação que tem inclusive afugentado investidores, mas a presidente teima em negar.

A verdade é que esses movimentos são inspirados nos movimentos ocorridos em outros países, como o quebra-quebra havido em Seattle (EUA) em novembro de 2011, quando houve a realização do encontro de banqueiros. Manifestações similares verificaram-se em outras cidades europeias, sobretudo na Suíça.

Com a ajuda internacional e com a cabeça revolucionária, formou-se um caldeirão difícil de se controlar. Hoje, por mais que os petistas discordem, PT é visto como um partido da burguesia, portanto, inimigo desta turma, que antes eram aliados.

A indignação pôde ser sentida até mesmo nas declarações de Fernando Haddad, prefeito petista de São Paulo: “Fizemos o máximo para que o reajuste das tarifas dos transportes urbanos causasse o menor impacto possível sobre os trabalhadores, com o reajuste abaixo da taxa da inflação e fomos surpreeendidos com esta reação sem sentido”.

Ele comparou até mesmo seus tempos de estudantes quando, juntamente com muitos manifestantes, saiu às ruas para lutar contra a ditadura e pelas eleições diretas para presidente da República. “Agora, estamos abertos ao diálogo, mas eles se recusam a conversar. Afinal o que querem estes manifestantes?”

Possivelmente, prefeito, eles querem instaurar no Brasil um clima de insegurança pessoal e prejudicar ainda mais a recuperação econômica do país para, quem sabe, chocar o ovo da serpente de uma revolução social.


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