sábado, 29 de junho de 2013

Para oposição, queda de popularidade mostra que Dilma não respondeu às ruas

A oposição avalia que o desgaste na imagem da presidente Dilma Rousseff demonstra falta de sintonia do governo com as necessidades reais da população que estão sendo expostas nos protestos que tomam conta das ruas do país, além de representar uma cobrança por mudanças em políticas administrativas e econômicas.

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (29) mostra que a popularidade da presidente Dilma Rousseff desmoronou. A avaliação positiva do governo da petista caiu 27 pontos em três semanas.

Os dados, no entanto, foram vistos com cautela sobre um possível impacto na corrida presidencial de 2014.


O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que a pesquisa acende um "sinal amarelo" no governo. "É um sinal de que os problemas se acumularam na economia, na saúde, na educação e o povo percebeu que ela [Dilma] não toma medidas eficazes para resolver", afirmou. "Eu diria para a presidente que é hora de governar, de deixar de olhar de lado, de divisionismo, escapismo e assumir responsabilidades."

Para o tucano, as propostas da presidente lançadas nos últimos dias para responder as manifestações das ruas estão apenas desviando o foco para o Congresso sem tratar de problemas que são de sua responsabilidade.

Questionado se o Datafolha traz algum indicativo para as eleições de 2014, o senador foi cauteloso. "É um sinal amarelo, ma não é um quadro definitivo para eleições. Tem muito tempo. Ela pode se recuperar ou afundar de vez, depende sobretudo dela".

Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), a pesquisa mostra que o governo está "sem rumo e encurralado" e perdendo respaldo popular para operar medidas. Segundo ele, a sociedade percebeu que a "fragilidade econômica denunciada há muito tempo pela oposição é uma realidade".
"A população explodiu com os gastos da Copa e deu isso tudo que nós estamos vendo nas ruas. Essa avalanche da popularidade é a constatação em número do que as ruas estão mostrando: um governo cheio de equívocos", disse.

"Eu sinto o governo sem rumo, encurralado, fragilizado e sem saber o que fazer e tentando inventar saída para a crise política", complementou.

Presidente do MD, o deputado Roberto Freire (SP), afirmou que o resultado do Datafolha indica que a população cobra mudanças estruturais do governo, seja na política econômica ou na administração pública.

"O governo precisa entender que não pode viver só de propaganda porque a realidade está sendo mais forte do que a propaganda", afirmou. "Essa pesquisa é um anúncio de que a crise vai ser maior do que se esperava e o governo precisa reagir e não é propondo plebiscito", completou.

Freire defendeu que o governo enxugue gastos, diminua ministérios e altere a política econômica.

O líder do MD na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou que o levantamento desconstrói o discurso do governo de que não há críticas diretas a gestão Dilma Rousseff nos protestos de ruas.
"Agora os petistas não podem mais falar que as vozes das ruas não têm nada contra o governo. É evidente que há insatisfação com os desmandos, com os prejuízos do governo", afirmou.

Folha de S.Paulo

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