Por
Eliakim Araujo no site Direto da Redação
Edward Snowden, de 29 anos, o
homem que revelou as atividades de monitoramento da Agencia de Segurança
Nacional dos Estados Unidos (NSA), está seriamente ameaçado de ser
extraditado para seu país onde será julgado por crime de alta traição, podendo
passar o resto da vida na cadeia. Tudo vai depender das negociações entre o
Departamento de Justiça dos EUA e as autoridades chinesas.
Para azar do delator, China e
EUA estão momentaneamente em lua de mel, depois dos encontros de Obama
com Xi Jinping , no último fim de semana. Por via das dúvidas,
Snowden tratou de se esconder e desde segunda de manhã não foi mais visto no
hotel de Hong Kong.
Mas é inegável que Snowden
jogou sujeira no ventilador. Depois que sua identidade foi revelada no domingo,
numa entrevista para o jornal inglês The Guardian, ele está no centro de um
debate nacional que mistura conservadores e liberais, republicanos e democratas
do mesmo lado.
Ele conseguiu juntar do mesmo
lado figuras antagônicas da vida pública dos Estados Unidos, como o cineasta
maldito, Michael Moore, de tendência mais à esquerda, e Glen Beck, um
jornalista tão conservador que nem a Fox News o aguentou e tirou-o do vídeo.
Pois bem, os dois pensam da mesma forma em relação a Snowden, consideram-no um
heroi.
Por outro lado, o presidente
da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, adversário ferrenho do
presidente Obama, disse em entrevista na manhã desta terça-feira na rede ABC
que Edward Snowden é um traidor: "A divulgação dessas informações
coloca os americanos em risco. Isso mostra aos nossos adversários quais são as
nossas capacidades de defesa. É uma violação gigante da lei", afirmou
Boehner.
À opinião de Boehner estão se
juntando outras vozes do Parlamento, indistintamente de um ou outro partido.
Bill Nelson, um democrata da Flórida, perguntou: “Isso é uma denúncia ou um ato
de traição? Para mim é traição, e acho que todo o pessoal que serve na
inteligência também dirá o mesmo”. A senadora Dianne Feinstein, democrata
da Califórnia, pensa da mesma forma que seu colega: “Eu não vejo isso
como uma denúncia, acho que foi um ato de traição”.
No domingo mesmo, em que foi
divulgada a identidade de Snowden, uma petição para perdoá-lo totalmente
de todo e qualquer crime que tenha cometido contra as leis do país foi postada
no site da Casa Branca. Nesta terça-feira, a petição já acumulava
milhares de assinaturas eletrônicas. Se a petição conseguir 100 mil assinaturas
até 09 de julho, o que é extremamente difícil, segundo a tradição das petições
postadas no site da Casa Branca, Obama terá que emitir uma resposta
oficial em nome do governo.
Falta ouvir o povão.
Aparentemente o cidadão americano comum está pouco preocupado com a denúncia
(ou traição) de Edward Snowden, o homem que deixou no Havaí uma namorada bonita
e um salário de 122 mil dólares por ano. Nesta terça-feira, a mídia já
prioriza em suas manchetes a pressão de Obama para que o Parlamento finalmente
aprove a reforma da imigração.
Pode ser que tudo acabe em
pizza para a mídia, mas não há dúvida de que Snowden será caçado discreta e
silenciosamente pelos órgãos de inteligência do país que se julga o mais
poderoso da Terra, desafiado por um simples funcionário de uma empresa
prestadora de serviço.
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