A obesidade
infantil pode ser considerada uma epidemia no Brasil. A avaliação, feita no
dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida, é do psiquiatra assistente
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antônio Abub Torquato Júnior. Pelos
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada
três crianças entre 5 e 9 anos tem obesidade no país.
Para o
pediatra, hematologista e oncologista pediátrico do Hospital Sírio-Libanês em
São Paulo e do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP, Paulo Taufi Maluf Junior, a criança é considerada obesa quando
tem massa corporal acima de 30. Ele informou que não adianta visar somente à
criança, mas fazer uma reeducação do ponto de vista alimentar na família
inteira. “Tem que modificar os hábitos de vida de toda a família. Então a
primeira atitude a fazer diante de uma criança com obesidade mórbida, é
promover uma grande reestruturação da vida familiar. Em alguns casos se usa
medicamentos para controlar o apetite, mas na realidade a base do tratamento é
a reeducação alimentar”, explicou em entrevista à Agência Brasil.
O médico disse
que a obesidade muito acentuada, chamada de mórbida, prejudica a capacidade
respiratória da criança e pode desenvolver algumas consequências metabólicas
como aumento de colesterol e surgimento de diabetes tipo 2. Ele explicou que
não há estudos suficientes que indiquem segurança na utilização de cirurgias
bariátricas em crianças com este tipo de doença. “Em crianças a gente não tem
nenhuma evidência de que o método seja seguro e que seja eficaz. A gente não
tem meios para poder avaliar e instituir este tipo de tratamento”, completou
Segundo Abub
Torquato Júnior, a doença é complexa e tem vários fatores que podem influenciar
no seu desenvolvimento. “A medicina ainda está entendendo como esses fatores se
somam para causar a obesidade. Porém a gente sabe que a obesidade pode ser
influenciada, sim, por muitos fatores psicossociais”, disse.
O psiquiatra
informou que alguns comportamentos podem apontar uma dificuldade da criança
enfrentar a obesidade. “Em geral, as crianças mais jovens expressam menos o
sofrimento psíquico. Elas não falam que estão sofrendo, que estão tristes.
Normalmente expressam por meio do comportamento. Perder o interesse por coisas
que gostavam antes. Muitos medos que ela não tinha mais começam a voltar”,
ressaltou.
De acordo com
o médico, “crianças que têm muita ansiedade e recusam para ir à escola é um
sinal para os pais que algo não está legal”. Além disso, segundo ele, as
alterações de sono, muitas dores pelo corpo, de cabeça e de barriga, os pais
levam ao médico e não tem nada de errado, mas as dores continuam, isso também é
um indicativo de que a criança pode estar passando por um sofrimento psíquico”,
disse.
Para o
psiquiatra, problemas psicológicos nas crianças podem estar associados tanto às
causas da obesidade infantil, como ser uma consequência da doença. “As crianças
obesas sofrem em relação à adaptação social e na escola, e isso pode levar a
uma série de sintomas psíquicos e psiquiátricos”, completou.
Fonte Agência
Brasil
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