Centenas de brasileiros que moram em Lisboa no fim da tarde (horário local) de hoje (18) se concentraram em frente do consulado brasileiro na cidade, na Praça Luís de Camões, na zona turística e de grande circulação de pessoas, para um ato de apoio às manifestações que ocorrem no Brasil desde a semana passada. Não há contagem oficial sobre o número de participantes em Lisboa, onde residem mais de 10 mil brasileiros (Censo 2011).
Assim como ocorreu nas manifestações mais recentes no Brasil, o ato não seguiu um tema específico: cartazes e palavras de ordem faziam referências ao custo da passagem de ônibus em São Paulo e ao gasto excessivo de dinheiro público nos estádios para a Copa do Mundo e pediam verba para a saúde e educação. Eles também protestaram contra a repressão policial, a construção da Usina de Belo Monte, no Pará, e o governo federal.
Para a brasileira Amanda Guerreiro, de 27 anos, mestre em antropologia, que carregava um cartaz na manifestação defendendo o Programa Bolsa Família e a distribuição de renda no Brasil, os protestos são importantes e não ocorriam desde a mobilização para o impeachment de Fernando Collor (1992). Ela, no entanto, assinalava a falta de foco para as manifestações. “São demandas muito difusas e variadas e as pessoas acabam perdendo o foco da mudança e de uma mobilização com algum sentido prático e que tenha possibilidade de algum efeito”, disse.
O ator e dublador português Guilherme Ferreira de Macedo, de 23 anos, que acompanhou as manifestações no Brasil pela internet e participava do ato em Lisboa, discorda e enxerga uma razão que aglutina os protestos, inclusive em outros países. “A revolta com o aumento das passagens é apenas uma parte de um problema que não se vive apenas no Brasil. Em outras partes do mundo há essa atmosfera e ocorrem protestos apartidários e a favor de uma mudança política profunda e maior que se quer mostrar. Não é o aumento dos transportes públicos que está levando as pessoas para as ruas, também é toda a pressão social de uma política que se baseia no [interesse do] capital.
O cônsul-geral do Brasil em Portugal, embaixador Ruy Casaes, disse à Agência Brasil que a manifestação não tinha a ver com qualquer problema dos brasileiros no estrangeiro e que “o consulado foi indagado pelos organizadores quanto às providencias para o ato de apoio às manifestações”. A indicação do cônsul foi que os organizadores procurassem a Polícia de Segurança Pública para ter permissão do ato. “A praça é livre”, disse.
Agência Brasil
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