O tempo que o governo leva para renovar completamente a Dívida Pública Federal (DPF) bateu recorde em abril. Segundo números divulgados hoje (23) pelo Tesouro Nacional, o prazo médio da DPF atingiu 4,22 anos no mês passado, o maior intervalo desde 2005, quando o órgão começou a registrar a série histórica.
Em março, o prazo médio tinha atingido 4,18 anos. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos. Prazos mais longos são favoráveis ao Tesouro porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de rolagem (renegociação) da dívida pública.
A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses caiu de 26,33% para 26,21%. Quanto menor o volume a vencer no curto prazo, mais fácil se torna a administração da dívida pública.
Até o fim do ano, o Tesouro Nacional registrará elevados volumes de vencimentos (acima de R$ 50 bilhões) em maio, julho e setembro. No entanto, o coordenador geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, disse que a DPF encerrará o ano acima de R$ 2,1 trilhões, limite mínimo da banda estabelecida pelo governo. Em dezembro, a dívida pública havia ultrapassado a barreira de R$ 2 trilhões, mas voltou a cair nos meses seguintes por causa do grande volume de vencimentos de títulos.
Sobre a queda da participação de estrangeiros na dívida interna, Garrido disse que a retração foi pontual e que a presença de não residentes voltará a crescer nos próximos meses. “No médio e no longo prazo, a tendência é que os estrangeiros continuem a se interessar na dívida interna brasileira”, ressaltou.
Depois de bater recorde em março, a participação dos estrangeiros na dívida interna teve leve queda no mês passado. A fatia da dívida mobiliária interna – em títulos – nas mãos de não residentes caiu para 14,6% (R$ 269,44 bilhões) em abril, contra 14,8% (R$ 273,32 bilhões) registrados no mês anterior.
O coordenador negou ainda que a demanda por títulos prefixados tenha caído depois que o Banco Central reajustou a taxa Selic – juros básicos da economia. “As taxas de juros [dos papéis prefixados] têm oscilado, mas, em termos de demanda, não observamos nenhuma dificuldade na venda de títulos prefixados nos últimos meses”, declarou.
Os títulos prefixados têm os juros definidos com antecedência, o que permite aos investidores saber exatamente quanto vai receber no momento do resgate. No entanto, quando o Banco Central aumenta os juros básicos, a tendência é que a demanda pelos papéis atrelados à Selic aumente e que a disposição dos aplicadores em comprar papéis prefixados diminua.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.
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