Familiares de
desaparecidos, organizações de direitos humanos e ex-presos políticos
criticaram a postura dos integrantes da Comissão Nacional da Verdade durante o
depoimento do coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra, na
sexta-feira, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Para os críticos, a
comissão deixou o ex-comandante do DOI-Codi transformar o depoimento em uma
espécie de palanque político, em defesa do período da ditadura. "Estou
indignado. A comissão deveria ter se preparado melhor, organizado as regras,
para impedir que um facínora transformasse aquilo num palanque, agredindo a
presidente da República da forma como fez", diz o ex-deputado Aldo
Arantes, ex-preso político e membro da direção nacional do PC do B.
Luiz Moreira,
professor de direito constitucional da Faculdade de Direito de Contagem e
assessor de grupos de direitos humanos, qualificou como "desastre" o
depoimento. "O erro foi deixar a oitiva de Ustra, um quadro ideológico
profundamente ligado às estruturas da ditadura, pender para o lado de um
tribunal de júri." Já o cientista político Manoel Moraes, membro da
Comissão da Verdade de Pernambuco, considera positiva a presença do coronel
perante a Comissão Nacional: "Os inquiridores estavam bem preparados. A
melhor indicação disso foi o fato de que Ustra começou a falar e a ficar
nervoso, quando tinha o direito de silenciar. Percebeu que a comissão tinha
munição".
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Dag Vulpi