A ex-senadora
Marina Silva, que pleiteia a criação do partido Rede de Sustentabilidade,
participou de audiência ontem (7) com o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Joaquim Barbosa. A pauta do encontro foi o projeto de lei que inibe a
criação de novos partidos, cuja tramitação foi suspensa por liminar do ministro
Gilmar Mendes.
A ex-ministra
do Meio Ambiente veio acompanhada de parlamentares, entre eles o senador
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), autor do mandado de segurança, e os deputados
Roberto Freire (PPS-SP), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Domingos Dutra (PT-MA) e
Alfredo Sirkis (PV-RJ).
Segundo Marina
Silva, Joaquim Barbosa ouviu os argumentos trazidos pelo grupo e disse que se
manifestará quando o assunto chegar ao Plenário. Ela disse que não chegou a
procurar o relator do processo, ministro Gilmar Mendes, porque era uma visita
protocolar ao Poder Judiciário. “O objetivo da reunião era apenas manifestar
nossa opinião quanto à forma atabalhoada como a lei vem tramitando no
Congresso”.
Marina
destacou que o projeto está tramitando em regime de urgência, método que só
deve ser adotado em situações de inadiável interesse nacional, guerra ou
calamidade pública. “Há um claro interesse em fazer uma votação açodada para um
objetivo que tem endereço certo. Caracteriza, sim, um casuísmo”.
A ex-senadora
garantiu que, caso a liminar de Gilmar Mendes seja derrubada no plenário do
STF, irá aguardar a tramitação do projeto no Senado, que ainda pode ajustar o
texto. Se isso não ocorrer e o projeto for aprovado, ela adianta que entrará
com ação de inconstitucionalidade no STF.
Para Marina
Silva, o projeto de lei acabou impulsionando o partido que pretende criar, pois
as pessoas estão se solidarizando contra a forma como a questão está sendo
tratada no Legislativo. Ela diz que não houve resistência ao PSD, que agora
passa a integrar a base governista com a escolha de Guilherme Afif Domingos
para o Ministério das Micro e Pequenas Empresas.
“Eu não encaro
como ataque pessoal, mas como um ataque à democracia, porque o
pluripartidarismo está sendo ferido. Obviamente, essa postura tem a ver com o
interesse político de evitar que grupos que legitimamente tem direito de se
organizar possam se viabilizar”, disse.
Agencia Brasil
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