Durante a 2ª
Reunião dos Estados-Parte da Convenção Americana sobre Direitos Humanos
ocorrida ontem (14) em Tiquipaya, departamento de Cochabamba, na Bolívia, vários
países reivindicaram que a sede da Comissão Interamericana de Direitos Humanos
(CIDH) seja retirada de Washington pelo fato de os Estados Unidos não terem
ratificado a convenção, conhecida como Pacto de San José da Costa Rica.
O ministro de
Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e chanceleres de mais 22
países participaram da reunião, convocada para debater medidas para implementar
as ações que estão sendo discutidas para fortalecer o Sistema
Interamericano de Direitos Humanos.
De acordo com
o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, dos 35 países membros da Organização
dos Estados Americanos (OEA), 18 já estão de acordo em retirar a sede da CIDH
de Washington. "Dezoito Estados-Parte e outros que não são parte da
convenção já se pronunciaram a favor dessa medida [mudança de sede da
CIDH]", disse Patiño, que foi relator da primeira reunião ocorrida em
Quito, no mês de março deste ano.
Durante a
conferência de hoje, ele defendeu que a sede da comissão fique em um país que
tenha ratificado a convenção. O presidente da Bolívia, Evo Morales, discurssou
pela manhã, durante o início dos trabalhos, e também defendeu a mudança da
sede. "Necessitamos de uma OEA para os povos e não a serviço do Império
[Estados Unidos], uma OEA que represente todos os setores sociais. Assim como
mudamos governos no continente, necessitamos mudar as instituições", disse
Morales.
A mudança da
sede é o tema mais "visível" do debate sobre o futuro da OEA. O
Brasil não está na linha de frente dos países que defendem a transferência, mas
de acordo com o Itamaraty, o Brasil também não se opõe à ideia. Durante a
reunião, os países membros também discutiram se a CIDH, deve ou não continuar
emitir medidas cautelares e o financiamento da comissão.
O Brasil
defende o fortalecimento da CIDH e reconhece a importância histórica do Sistema
Interamericano de Direitos Humanos. As propostas discutidas e medidas definidas
deverão ser levadas à próxima Assembleia Geral da OEA prevista para junho, na
Guatemala.
Agencia Brasil
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