segunda-feira, 27 de maio de 2013

Associações protetoras de animais temem abandono e morte de gatos

O aumento no número de casos de esporotricose no Rio de Janeiro, segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz divulgada na semana passada, soou o alerta entre entidades protetora de felinos, um dos principais transmissores da doença. A esporotricose é uma micose que pode afetar animais e humanos. A esporotricose é considerada rara na forma de zoonose, quando transmitida do animal para o homem. Causa feridas na pele que não cicatrizam. O agente causador é o fungo Sporothrix schenckii.

O maior medo de algumas organizações protetoras dos animais é que haja aumento no número de abandonos de gatos, devido à falta de informação. A veterinária Joseane Borges da Silva, da Associação Zoofilia Educativa, explicou que as chances de os gatos domésticos contraírem a doença são pequenas. “A esporotricose é um fungo que fica mais na matéria orgânica. É muito comum entre jardineiros. Como o gato tem o hábito de afiar a garra na vegetação, pode acabar adquirindo o fungo. Essa é uma doença frequente entre gatos que não têm dono, que vivem na rua”, explicou.
Para a veterinária, a melhor forma de evitar que gatos contraiam o fungo é castrar o animal, para diminuir o nível hormonal e evitar que eles tentem fugir em busca acasalamento. É preciso mantê-los dentro casa, porque o fungo vive na natureza, sobretudo em plantas e na madeira. Além dos felinos, a doença é transmitida por roedores e insetos, através de rupturas na pele.
O veterinário responsável técnico da Sociedade União Internacional de Proteção aos Animais, Paulo Menezes, disse que a doença tem tratamento e não deve ser motivo de pânico. “Quem mais sofre com essa doença é o gato, mas se tratado, fica curado entre 30 e 60 dias. Estou acompanhando o aumento dos casos da doença, mas minha preocupação é não alardear o caso, pois temo que saiam por aí matando e abandonando os gatinhos”, disse o veterinário.
A prefeitura do Rio oferece desde 2003, pelo Programa Bicho Rio, esterilização gratuita de cães e gatos. São nove centros cirúrgicos espalhados pela capital.

Aumentam casos de doença transmitida por gato no Rio de Janeiro

O Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informou que, nos últimos 15 anos, 4 mil pessoas contraíram no estado a esporotricose, doença transmitida por gatos, que causa feridas na pele que não cicatrizam. Elas foram tratadas na instituição. O agente causador é o fungo Sporothrix schenckii, transmitido devido à falta de assistência veterinária e controle de profilaxia do animal.
A maioria dos casos é de moradores de municípios da Baixada Fluminense e, mais recentemente tem acometido pessoas da zona oeste do Rio. Classicamente, a doença, também conhecida como doença do jardineiro, é adquirida por meio de materiais contaminados e atinge principalmente jardineiros, agricultores e floristas.
De acordo com o médico Antonio Carlos Francesconi-do-Valle, pesquisador da Fiocruz, a doença já foi considerada rara no estado, mas nos últimos anos o Ipec constatou um número alto de gatos contaminados.
"A equipe do Ipec verificou que cerca de 85% dos pacientes não contraíram a doença pela forma clássica e, sim, por meio de mordidas, arranhões ou outros contatos com gatos doentes. O dado chama a atenção, porque durante muito tempo a esporotricose felina foi considerada rara. Porém, nos últimos sete anos, foram diagnosticados no Ipec mais de 1.500 gatos com esporotricose provenientes do Rio".
De acordo com o dermatologista, o paciente com sintomas da esporotricose deve procurar um posto médico e iniciar o tratamento nas unidades que oferecem esse tipo de tratamento.
“Primeiramente não devemos falar que os gatos são os grandes vilões. A doença pode pegar em humanos por meio de contato com animais ou pelo solo contaminado. Para ser contaminado precisa ter um agravo, seja um furo ou uma arranhadura na pele. O paciente diagnosticado precisa tomar um medicamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde [SUS] e se submeter a um tratamento de, no mínimo, três meses”, disse Francesconi.
Para o pesquisador, as lesões causadas pela doença, dependendo da área do corpo, deixam a pessoa com a autoestima baixa, pois “os nódulos aparentes são feios, parecidos com um tecido cicatricial”. Segundo ele, a lesão na pele começa como um pequeno caroço avermelhado, que, com o passar do tempo, fica mole, libera uma secreção purulenta e se transforma em uma ferida. A ferida, que quase sempre aparece nas mãos, braços ou pernas, pode originar outras, em uma espécie de rastro a partir da lesão inicial.
Nos pacientes atendidos no Ipec, de acordo Francesconi, têm sido observadas manifestações raras de esporotricose, como feridas com múltiplas localizações, inclusive com vários trajetos, e lesões nas mucosas da boca, do nariz e dos olhos. Entre as unidades de saúde que oferecem atendimento estão a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz.

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