O governo
brasileiro pretende atrair não somente médicos cubanos para trabalhar nas regiões mais carentes do país, mas também
profissionais de Portugal e da Espanha. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
disse hoje (7), que desde o início do ano estuda alternativas para suprir a
deficiência desses profissionais nas regiões mais remotas do país. "Esse é
um dos nós mais críticos para levar a saúde para a população. Não se faz saúde
sem médicos. O Brasil precisa de mais médicos com mais qualidade e mais
próximos da população".
Sobre as críticas do Conselho Federal de Medicina à decisão, Padilha disse que concorda
que a contratação tem que considerar a qualidade e a responsabilidade desses
profissionais. Ele destacou que o governo já descartou a validação automática
de diplomas e a contratação de médicos de países que tenham menos profissionais
que o Brasil, como é o caso da Bolívia e do Paraguai.
Dados do
Ministério da Saúde mostram que no Brasil existe 1,8 médico para cada mil
habitantes. Na Argentina, a proporção é de 3,2 médicos para mil habitantes e,
em países como Espanha e Portugal, essa relação é de 4 médicos. No início do
ano, os prefeitos que assumiram apresentaram ao governo federal uma série de
demandas na área de saúde. Entre os pontos destacados estava a dificuldade de
atrair médicos para as áreas mais carentes, para as periferias das cidades e
para o interior.
Padilha disse
que o governo estuda várias alternativas. "A principal medida que temos
adotado é estruturar os serviços de saúde e ampliar o número de vagas nos
cursos de medicina nas universidades". Outra bandeira do ministério é o
Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que oferece
salários mensais de R$ 8 mil e pontos na progressão de carreira dos médicos que
vão para o interior e as periferias. Até hoje só 4 mil médicos aceitaram
participar do programa.
"Como
ministro da Saúde, não vou ficar vendo a situação de Espanha e Portugal - que
têm médicos de muita qualidade, que falam português e que vivem uma situação de
30% de desemprego - sem pensar em alternativas de intercâmbio para trazer esses
profissionais".
De acordo com
Padilha, o Brasil está acompanhando experiências de países desenvolvidos como a
Inglaterra, onde 40% dos médicos foram atraídos de outros países, Canadá onde
22% dos médicos são estrangeiros ,e Austrália, onde essa participação é 17%. No
Brasil, apenas 1% dos médicos veio de outros países.
As informações
são da Agencia Brasil
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