Brasília – Lançado hoje (14), o
Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 aponta a necessidade de
"um reequílibrio mundial" e novos mecanismos multilaterais que
permitam maior participação dos países do Hemisfério Sul nas decisões globais,
principalmente devido ao intenso desenvolvimento humano e maior
participação no comércio mundial dessas nações, especialmente o Brasil, a Índia
e a China.
Para o relatório intitulado A
Ascensão do Sul: Progresso num Mundo Diversificado, os países passaram a ter
papel fundamental na nova dinâmica global. O documento ressalta o intenso
desenvolvimento humano na última década dos chamados países em desenvolvimento
e questiona as políticas de austeridade implantadas na década de 90, tidas como
o caminho mais aceitável para o desenvolvimento.
“O mundo tomou conhecimento quando
as economias desenvolvidas deixaram de crescer durante a crise de 2008-2009,
enquanto os países em desenvolvimento continuaram a crescer. Desde então, muito
se tem dito sobre a ascensão do Sul como um reequilíbrio mundial devido",
diz o relatório.
O documento credita o êxito dos
países à ação do Estado na economia, maior interação econômica e
políticas sociais inovadoras, com destaque para o Brasil, México, a China, a
Índia, a África do Sul, a Turquia e a Indonésia, para quem as experiências de
desenvolvimento “se opõem à liberalização irrestrita postulada no Consenso de
Washington.”
Para o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud), a evolução econômica não é suficiente
para gerar melhor qualidade de vida. O relatório considera que políticas
direcionadas à população de baixa renda, em conjunto com promoção da
educação e saúde podem proporcinar um desenvolvimento humano mais sustentátel.
Entre as experiências citadas estão os programas de transferência de
renda condicionada do México (Oportunidades) e do Brasil (Bolsa Família), que
custam menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e também proporcionam o
acesso a direitos básicos universais, como saúde e educação.
O relatório defende que, em função
do novo cenário, o momento sugere a oportunidade de reformular os princípios
que regem as atuais políticas globais e os mecanismos criados após a Segunda
Guerra Mundial para responder à crescente diversidade em “opiniões e poder
e garantir um progresso sustentável a longo prazo,” aponta o estudo.
Na opinião do representante do Pnud
no Brasil, Jorge Chediek, o documento defende mudanças efetivas nas
estruturas institucionais, a exemplo da reformulação do Conselho de
Segurança das Nações Unidas. “A institucionalidade global ainda não foi
modificada o suficiente para acomodar os países do Sul e balancear o equilíbrio
de poder,” disse.
Chediek disse que os países do Sul
devem assumir maiores responsabilidades globalmente e elogiou a postura do
Brasil. “O Brasil tem utilizado o seu prestígio para tratar das questões
globais. Não é mais o poder tradicional vinculado ao uso da força e da economia,
o que gera esperanças a nível global de um novo tipo de governança.”
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi