Lisboa - Os ministros das Finanças dos 13 países onde circula o euro discutem hoje (4) em Bruxelas, na Bélgica, o pedido de Portugal e também da Irlanda de mais prazo para pagar os empréstimos feitos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia.
Dois dias depois da troika ter concedido uma "folga" à Grécia, até às eleições alemãs de Outubro, Portugal pediu mais tempo para pagar a dívida // Foto Lusa. A. Lopes.
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No caso de Portugal, o acordo assinado com o FMI, o Banco Central Europeu e a Comunidade Europeia (a Troika) prevê um empréstimo de mais de 79 bilhões de euros (ou R$ 214 bilhões). Até o momento, Portugal sacou cerca de 80% do valor que tem disponível e só pagou juros da dívida de abril de 2011, quando assinou o programa de ajustamento econômico após a crise financeira internacional.
Se for concedido mais prazo para Portugal, o país poderá aliviar parte do desembolso programado de 2,3 bilhões de euros do valor principal da dívida para 2015. As amortizações nos anos seguintes – em 2016 e 2017 – devem chegar a 14 bilhões de euros no total.
As contas de Portugal estão sendo avaliadas neste momento em Lisboa pela sétima missão de técnicos da Troika que visita o país. Há expectativa de que algum afrouxamento seja anunciado, em vista da recessão, com a queda de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, e da taxa de desemprego, que supera os 17%.
O alívio exige um relaxamento dos fundamentos do programa de ajustamento econômico, como permitir maior déficit orçamentário nas contas do Estado, e poderá resultar no adiamento do corte de 4 bilhões de euros que o governo anunciou nos gastos públicos para este ano e 2014 – inclusive nas despesas com seguridade social, saúde e educação.
No sábado (2), os portugueses organizaram uma manifestação em 40 cidades (do país e do exterior)contra a política econômica do governo e o programa de ajustamento. Os portugueses também pediram a demissão do primeiro-ministro do país, Pedro Passos Coelho. Segundo os organizadores do movimento Que Se Lixe a Troika! Queremos Nossas Vidas, 1,5 milhão de pessoas foram às ruas em todo o país, que tem pouco mais de 10 milhões de habitantes. O governo não contestou a contagem feita pelos manifestantes.
Portugal faz grande manifestação contra a Troika e pede demissão do governo de Passos Coelho
02/03/2013
Lisboa – Os portugueses fizeram na tarde de hoje (2) uma grande manifestação contra a política econômica do governo e contra o programa de ajustamento em andamento no país desde abril de 2011, quando Portugal assinou acordo de empréstimo e de intervenção no gerenciamento das contas públicas com o Fundo Monetário Internacional, com o Banco Central Europeu e com a Comunidade Europeia, a chamada Troika.
Em 40 cidades em Portugal e também no exterior, em frente a embaixadas e consulados lusitanos e nas representações da União Europeia, os portugueses pediam a demissão do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Os manifestantes também querem o fim das medidas que diminuíram os recursos públicos da seguridade social, da saúde e da educação, agravando as condições do país, que enfrenta recessão. Em 2012 foi registrada uma queda de 3,2% do Produto Interno Bruto e, segundo a estatística oficial, a taxa de desemprego está quase em 17%.
A mobilização neste sábado foi articulada pelas redes sociais e liderada pelo movimento Que Se Lixe a Troika! Queremos Nossas Vidas. Não há estimativa oficial do número de participantes em todos os locais. Em Lisboa, os organizadores avaliam que a manifestação tenha superado o ato de protesto realizado em setembro do ano passado, quando 500 mil pessoas teriam ido às ruas.
Enquanto aumentam os protestos em Portugal, o governo continua tentanto reduzir o chamado Estado Social. Uma missão da troika esteve reunida com o governo durante toda a semana para verificar os indicadores da macroeconômica e discutir o corte de mais 4 bilhões de euros (quase R$ 11 bilhões) nos gastos do governo, inclusive na área social.
Agência Brasil/EBC
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