Marco Feliciano tenta afastar
manifestantes que protestam contra sua permanência na presidência do colegiado
Em sua primeira reunião
à frente da Comissão de Direitos Humanos, que ocorrerá na
quarta-feira, 13, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) tirou o
tema "homofobia" da pauta. Ao mudar a agenda prevista, Feliciano
tenta esvaziar os trabalhos da comissão e afastar os manifestantes que
protestam contra sua permanência na presidência.
A pauta anunciada na véspera era
polêmica, com previsão de discussão de projetos que preveem plebiscito para
decidir sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo, que estabelecem penas
para discriminação contra heterossexuais e que definem crimes resultantes de
discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião.
"Todos ponderaram que tudo
isso, essa confusão, causa desgaste para ele", afirmou o deputado Leonardo
Gadelha (PSC-PB), um dos 11 de 16 deputados que participaram da reunião que
manteve Feliciano na presidência da comissão. "Ponderamos se ele tinha
condições pessoais de assumir, e ele disse que sim."
"Meu partido pediu que eu
ficasse, então eu fico", afirmou Feliciano, ao anunciar que fará hoje um
pronunciamento durante a sessão da Comissão de Direitos Humanos. O pastor
passou o dia de ontem rodeado de seguranças para poder se locomover.
Fica. A permanência de
Feliciano na comissão foi um dos assuntos da reunião de Colégio de Líderes,
nesta terça-feira, 12. A maioria deles mostrou preocupação com a crise
desencadeada com a eleição do pastor. Mas reafirmaram que a vaga pertence ao
PSC, fruto de acordo feito entre as lideranças partidárias na partilha das 21
comissões permanentes da Câmara. O PMDB, o PSDB e o PP cederam suas cinco vagas
para o PSC na comissão.
"Esperamos que ocorra a
revogação dessa eleição", afirmou o deputado Ivan Valente (SP), líder do
PSOL. "Não entendo que deva continuar. Se ele entender que vai continuar,
sua bancada é que vai concordar ou não. Não posso interferir", observou o
líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Integrantes do PT, do PSOL e do PSB
decidiram criar uma Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos Humanos e
protocolar pedido de mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF)
contestando a sessão que elegeu Feliciano para presidência da comissão. Esses
parlamentares pretendem obter uma liminar cancelando a sessão da eleição e,
dessa forma, suspender a escolha de Feliciano. A alegação é que a escolha foi
realizada a portas fechadas, o que fere o regimento da Câmara.
Estadão
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