sexta-feira, 29 de março de 2013

ALEMANHA E SEUS ESCÂNDALOS ALIMENTARES


1997: A 'vaca louca'



Ovos orgânicos falsos, carne de cavalo, leite com aflatoxina são os capítulos mais recentes na história das fraudes alimentares. A "mãe" de todos os escândalos foi a peste BSE, apelidada "síndrome da vaca louca". Em 1997, importações ilegais do Reino Unido chegam à Alemanha. Milhares de animais são abatidos sob suspeita de ter a moléstia cerebral. O consumo de carne diminui – por pouco tempo.

2001: Perigo para humanos

Farinha de ossos e gordura animal nas rações bovinas são consideradas desencadeadores da BSE. Em 2001 essa adição é proibida. Durante muito tempo se discute se a moléstia é transmissível para os consumidores da carne. Hoje está confirmado que a versão humana da BSE, doença de Creutzfeldt-Jakob, é fatal. No entanto, décadas podem transcorrer entre a contaminação e a manifestação da doença.


2005-2007: Carne podre

Quinto lugar na escolha da palavra do ano, em 2005 o termo "gammelfleisch" – carne podre – está em todas as bocas na Alemanha. O escândalo se inicia em diversas filiais de uma cadeia de supermercados, cujos funcionários são flagrados manipulando embalagens de carne moída. Eles prolongavam a data de validade, reempacotando os produtos com etiquetas novas.

2005-2007: Milhares de toneladas no mercado


Logo se constata estarem em circulação milhares de toneladas de carne não mais apropriada para o consumo humano, parte delas há anos. A essa altura é impossível determinar quanto do produto expirado já fora oferecido nas grandes cantinas e lanchonetes de "döner" da Alemanha. Até 2007 casos semelhantes de fraude seguem vindo a público.

2008-2010: Mussarela com cocô de rato

Em 2008 a mussarela estragada da Itália também chega às prateleiras alemãs. Calcula-se que 11 mil toneladas de queijo contaminado com vermes e fezes de camundongos tenham sido vendidas como produto fresco por toda a Europa. Dois anos mais tarde, também é detectado o poluente ambiental dioxina no queijo nacional italiano.

2010-2011: Escândalo da dioxina


 
No final de 2010 é encontrado o cancerígeno dioxina na ração de uma grande fornecedora de ovos. Milhares de fazendas são interditadas na Baixa Saxônia. Um fabricante de rações animais empregara óleos resultantes da produção de diesel, distribuindo o alimento contaminado para estabelecimentos em toda a Alemanha. Ovos e carne de porco contendo dioxina chegam aos mercados.

2011: Epidemia de EHEC
 
Cerca de 50 pessoas morrem na Alemanha em 2011 em consequência da bactéria intestinal EHEC. Inicialmente se suspeita que a causa da perigosa disenteria sejam alfaces, pepinos e tomates crus. Quase 4 mil pessoas adoecem. Investigações minuciosas revelam, porém, que os culpados são brotos vegetais provindos do Egito.

2012: Morangos envenenados


Em setembro e outubro de 2012, o norovírus se alastra em cinco estados do leste alemão. Nos jardins de infância e escolas, quase 11 mil crianças são mandadas de volta para casa com diarreia e vômito. O maior surto gastrointestinal da história do país é atribuído a morangos congelados da China.

2013: Cavalo por vaca

Em vários países europeus fica constatada a presença de carne de cavalo em produtos que deveriam conter exclusivamente carne bovina. Em meados de fevereiro de 2013 o escândalo atinge a Alemanha: diversas cadeias de supermercado retiram lasanhas e similares de suas prateleiras de congelados. Algumas das amostras chegam a conter 100% de carne equina não declarada.

2013: A mentira do orgânico

Centenas de avicultores vendiam ovos como sendo orgânicos, embora mantivessem suas galinhas confinadas. Milhões de ovos chegaram ao mercado sob etiqueta falsa. A norma alemã de criação "orgânica" determina um máximo de seis aves por metro quadrado, enquanto outros métodos, como o de granja ou em gaiolas, admitem de nove a 18 animais nesse mesmo espaço.

2013: Leite tóxico

No início de março vem à tona que a ração para vacas leiteiras inclui milho contaminado com aflatoxina, proveniente de fungos tóxicos. Durante exame rotineiro do leite na Baixa Saxônia registraram-se níveis da substância dez vezes acima do permitido. O milho vinha da Sérvia e a ração contaminada era distribuída para toda a Alemanha. Inicialmente se exclui risco para os consumidores humanos.

Autoria: Carla Bleiker | Edição: A.Valente/M.Santos








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