terça-feira, 5 de março de 2013

380 mortos e desaparecidos da ditadura militar no Brasil


Por Henrique Macedo
Os partidários do extinto PCB, de imediato, deram início a uma autocrítica frente ao esquerdismo assumido durante o governo deposto. Porém, tal postura não foi unânime, fazendo com que dirigentes abandonassem o partido, como foram os casos de Carlos Mariguella (ALN) e Apolônio de Carvalho (PCBR). Criticava-se, então, o que se denominava "etapismo", ou seja, uma estratégia que pregava a revolução por etapas, cabendo ao PCB apoiar a burguesia nacional no processo de constituição de uma sociedade democrática, antifeudal e antiimperialista, deixando para um futuro distante a luta pela implantação do socialismo. De acordo com os dissidentes, a estratégia do PCB facilitara a implantação da ditadura, pois subordinara o movimento operário aos acordos da cúpula com as lideranças populistas.

A ausência de resistência ao golpe militar fez com que esse tipo de interpretação ganhasse muitos adeptos. Entre 1965 e 1967, amplia-se o número de dissidências, fragmentação que atinge até mesmo as organizações que haviam sido formadas alguns anos antes.


Entre a esquerda oposicionista nascem, então, propostas de luta armada. Há, sem dúvida, inúmeros matizes entre um grupo e outro. No entanto, a perspectiva de uma revolução iminente parece ser um traço comum às diversas siglas.


A novidade do período era que os grupos revolucionários recém-formados recrutavam seus militantes na classe média. Havia mesmo, em partidos que aderiram à luta armada, o predomínio de estudantes e professores universitários. Esse segmento, segundo os processos da justiça militar, respondia por 80% do Movimento de Libertação Popular (MOLIPO), 55% do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8) e 53% do Comando de Libertação Nacional (COLINA).



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