Em uma eleição decidida em segundo
turno, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito neste domingo novo líder
da bancada do PMDB na Câmara, derrotando o colega Sandro Mabel (PMDB-GO).
Cunha recebeu 46 votos, enquanto
Mabel obteve 32. Houve duas abstenções no segundo turno.
O deputado Eduardo Cunha está no
terceiro mandato e sofre resistência em setores do governo por ser considerado
um parlamentar duro nas negociações e, por vezes, chegou a ser acusado por
interlocutores do Planalto de chantagear em temas importantes para o Executivo.
O parlamentar fluminense assume o
posto no lugar de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que disputará nesta
segunda-feira a eleição para presidir a Câmara.
A briga pela liderança do PMDB foi
acompanhada de perto pelo Palácio do ...
Planalto e pelo vice-presidente Michel
Temer, que tentou conduzir a disputa para evitar que resultasse em uma divisão
interna na bancada.
A ministra das Relações
Institucionais, Ideli Salvatti, reuniu-se com os candidatos à liderança nos
últimos dias numa tentativa de manter boas relações com todos.
Cunha descartou que a disputa
resulte numa divisão entre alas do PMDB. "Não terá divisão. Nós temos um
histórico de disputa pela liderança do partido. Não tem divergência de pessoas
(na bancada)", disse o novo líder peemedebista à Reuters após ser eleito.
Segundo ele, a disputa é até
importante para "legitimar" o novo líder. "A escolha pelo voto
ajuda a bancada a ficar mais representativa", argumentou.
Além de Cunha e Mabel, o deputado
Osmar Terra (PMDB-RS) também concorria, mas perdeu no primeiro turno da eleição
ao receber apenas 13 votos, enquanto o fluminense fez 40 votos e o goiano, 26.
Houve um voto nulo no primeiro turno.
Na segunda rodada, os eleitores de
Terra se dividiram entre Cunha e Mabel, contrariando as expectativas de que os
peemedebistas que votaram no gaúcho apoiassem Mabel.
Cunha também sofreu resistências de
parte da bancada por ser do Rio de Janeiro e contrário à criação de uma nova
fórmula de divisão dos royalties de petróleo, cujos recursos atualmente são
destinados majoritariamente para o Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Cunha disse durante a campanha que
sua posição é contrária a uma nova divisão que prejudique seu Estado, mas
avisou que não privilegiará sua posição pessoal sobre os interesses da bancada.
Terra
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