quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Congelamento de preços acirra incerteza na Argentina


O congelamento de preços no comércio da Argentina até 1º de abril intensificou a sensação de incerteza e desconfiança em relação aos rumos da economia. Ontem (6), dez das principais redes de eletrodomésticos e de eletrônicos da Argentina veicularam anúncios nos jornais informando que seus preços estão congelados.
Segundo nota das lojas, a decisão foi tomada após o fechamento de um acordo com a Secretaria de Comércio Interior. Os empresários das dez lojas seguiram os donos de supermercados, que anteontem (5) adotaram o congelamento.
Autoridades da área econômica não deram mais detalhes sobre a medida. A subsecretária de Defesa do Consumidor, María Lucila Colombo, disse que o congelamento foi adotado para servir à economia familiar. “Não é uma política de preços máximos e mínimos. É um acordo de preços para cuidar da economia da família”.
O acordo do governo com os donos de supermercados foi firmado depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu as autoridades argentinas sobre os dados estatísticos relativos à economia. O FMI pediu que a Argentina "adote medidas de correção diante da falta de precisão de seu Índice de Preços e dados do Produto Interno Bruto (PIB) até o dia 29 de setembro de 2013".
Caso não siga a recomendação do órgão, a Argentina pode eventualmente ser expulsa do FMI. O ministro da Economia, Hernán Lorenzino, criticou as "receitas" do FMI e informou que um novo índice de inflação deverá ser lançado este ano. A reação do fundo também foi rejeitada pela presidenta Cristina Kirchner que, na rede social Twitter, reprovou a cobrança.
No fim de janeiro, a presidenta criticou empresários que ajustaram preços nos balneários argentinos para a temporada de verão. Na ocasião, a crítica foi interpretada como uma "forma de reconhecer" que a inflação também "preocupa" o governo.
"É preciso começar a usar o poder de usuários e de consumidores. Querem me cobrar este preço? Não compro. É o consumidor, o usuário que tem que defender seus direitos", disse Cristina Kirchner há dez dias.
Agência Brasil

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