Grupos
de apoio ao regime cubano protestam contra presença de Yoani Sánchez no Brasil,
com manifestações em Pernambuco e na Bahia
Movimentos
de esquerda organizaram ontem manifestações de repúdio à presença da blogueira
cubana e colunista do 'Estado' Yoani Sánchez no Brasil e levaram ao
cancelamento da apresentação do documentário Conexão Cuba Honduras, do cineasta
Dado Galvão, em Feira de Santana.
Segundo
organizadores dos atos, que também defendem o regime castrista, cerca de 30
entidades solidárias ao governo de Cuba participam das manifestações, que,
segundo promete a União da Juventude Socialista (UJS), ocorrerão "por onde
ela passar".
Yoani,
que chegou ao Recife durante a madrugada de ontem, qualificou as manifestações
como "um banho de democracia e pluralismo". "Isso é algo que não
vejo em meu país. Gostaria que houvesse essa liberdade. Com insultos, estou
acostumada. Tenho a pele curtida contra xingamentos. Isso não me machuca. Na
ausência do argumento, há o grito. Isso é cotidiano na minha vida",
declarou a blogueira.
Após
interferência do senador Eduardo Suplicy, os manifestantes concordaram em se
sentar no auditório do Parque do Saber, onde seria exibido o documentário, e
participar de um debate com Yoani. O debate ocorreu em clima exaltado em meio a
vaias dos manifestantes e aplausos de simpatizantes da blogueira, que saiu
escoltada pela polícia.
Nas
mobilizações de ontem, no Recife e em Salvador, a grande maioria dos
manifestantes tinha menos de 25 anos. "Ela vai ser recebida assim em cada
Estado que chegar", disse o sociólogo Edival Nunes Cajá, membro do Partido
Comunista Revolucionário. Com 62 anos, um dos únicos
militantes veteranos do protesto.
A
estudante de medicina Marcela Vieira Freire, de 23 anos, era uma das
manifestantes mais exaltadas do protesto. Entregou nas mãos da blogueira uma
"carta aberta" em defesa da "Cuba revolucionária".
"Repudiamos a presença de Yoani", disse, afirmando que o protesto
representa "um fórum de 30 entidades (de esquerda) em defesa dos 5"
(cubanos presos nos EUA por espionagem desde 1998).
Patriota.
O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, qualificou ontem a visita de Yoani de
"um reflexo também de um processo de mais liberdade para cidadãos
cubanos". Indiretamente, ele reagiu a uma reportagem da revista Veja,
segundo a qual um funcionário do Planalto teria participado de uma reunião na
embaixada de Cuba como parte de um complô para desmoralizar Yoani. "O
Brasil sempre disse que ofereceria todas as condições (para a visita) e as tem
oferecido", disse.
Estadão
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