quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

PSDB-RJ nega candidatura de Luciano Huck ao governo do Estado


A notícia de que o PSDB procura um nome forte e que, dentre estas opções, estaria o nome do apresentador Luciano Huck para concorrer ao governo do Estado do Rio de Janeiro, em 2014, pegou de surpresa o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha, presidente regional da legenda tucana em solo fluminense. "Não estou sabendo de nada, não tenho informação a lhe dar sobre isso. Não sei quem colocou essa notícia, mas ela não saiu da direção estadual”, afirmou o deputado estadual, em entrevista ao Terra. A notícia de que Luciano Huck seria o sonho de consumo do PSDB para concorrer ao Palácio Guanabara, daqui a dois anos, foi veiculada pela coluna Panorama Político, do jornal O Globo.

Os tucanos procuram a todo custo um nome forte, de impacto, não só para desbancar o já pré-candidato do PMDB, o vice-governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, braço direito do atual governador Sérgio Cabral, mas também para consolidar um palanque no Rio de Janeiro para o mais forte nome tucano nas eleições rumo ao Planalto: o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Como Cabral e Pezão são aliados da presidente Dilma Rousseff no Estado, a direção do partido confirma a necessidade de uma candidatura própria. 

“Claro que nós aqui no Rio de Janeiro queremos lançar um candidato”, confirma o presidente tucano no Estado. Em 2010, o PSDB se aliou ao PV, de Fernando Gabeira, que sofreu retumbante derrota nas urnas, ainda no primeiro turno, para o reeleito Sérgio Cabral, que ficou com 66% dos votos válidos, contra 20% do candidato verde.

Na eleição seguinte, no ano passado, à prefeitura, os tucanos lançaram candidatura própria, mas o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) não conseguiu nem chegar perto do prefeito reeleito nas urnas, Eduardo Paes (PMDB-RJ), que teve quase 65% dos votos válidos, contra irrisórios 2,5% de Otávio Leite. Daí a importância de lançar um nome forte para reestabelecer a força do partido no terceiro maior colégio eleitoral do país (atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais), com quase 12 milhões de eleitores.
“Acredito que os economistas seriam uma boa opção, são nomes de peso, que são sempre bem-vindos numa eleição como essa”, afirmou Luiz Paulo sobre o trio de economistas de peso que, juntos, já se articulam com vistas ao pleito de 2014: Pedro Malan e Armínio Fraga, ex-ministros da era Fernando Henrique Cardoso, além de Edmar Bacha, economista que sempre foi visto, junto do próprio FHC, como um dos “pais” do Plano Real no governo Itamar Franco.

Huck de férias
A reportagem do Terra entrou em contato com a assessoria de imprensa de Luciano Huck, mas foi informada que o apresentador está de férias.

Alheio ao cenário político envolvendo a disputa entre os aliados PT e PMDB, contra a investida do PSDB no Estado do Rio, corre por fora o nome do senador Lindbergh Farias, que pode se tornar um “petista desgarrado” nas próximas eleições. Isso porque Lindbergh, eleito senador pelo Rio há dois anos, contando com o apoio do ex-presidente Lula, já deu sinais mais do que claros que não abrirá mão de concorrer ao pleito de 2014.

O apoio ao candidato Alexandre Cardoso, do PSB, nas eleições municipais em Duque de Caxias, diante do peemedebista Washington Reis, foi o pontapé inicial do entrave pelo qual o PT pode passar no estado fluminense. Com a vitória de Cardoso, fica o apoio para o senador petista, ex-prefeito do munícipio de Nova Iguaçu, também na região metropolitana, do terceiro maior colégio eleitoral do Rio (atrás apenas de São Gonçalo e do próprio Rio de Janeiro). 

Se não apoiar a candidatura própria de Lindbergh Farias, o PT, na manutenção da aliança com o PMDB da dupla Cabral-Pezão, pode ver seu senador debandar-se ao PSB, que tem na figura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como forte nome também para a disputa à Presidência da República.
(Terra)


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