quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Deputado capixaba cassado conspirou contra golpe de 64


Uma exposição no hall da Câmara Federal, sobre o fechamento do Congresso e cassação de vários deputados, revela que um parlamentar capixaba conspirou intensamente contra a ditadura militar. O que lhe custou o mandato. 

O capixaba Mário Gurgel (MDB) está na lista dos deputados que foram cassados pelo AI-5. Ele foi integrante do movimento Frente Ampla, contra a Ditadura Militar.
Mário nasceu no dia 12 de junho de 1920, em Porto Velho. Na época, a cidade pertencia ao Estado do Amazonas e hoje é a capital de Rondônia. 

Com a queda no preço da borracha, fonte de trabalho dos seus pais Luís Gurgel e Flora Campos Gurgel, a família migrou para o Espírito Santo em busca de emprego, onde chegou em 1925. 
Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas, Gurgel formou-se em Direito e logo ingressou na carreira política como vereador em 1950. 

Em 1954 foi reeleito e nas duas eleições obteve o maior número de votos. Depois presidiu a Câmara Municipal de Vitória. 
Ele foi ainda prefeito da capital capixaba, entre julho de 1957 e agosto de 1958, período difícil enfrentado pela cidade. 

Após deixar a prefeitura, em meados de novembro, foi eleito o deputado estadual mais votado em Vitória. O feito se repetiu em 1962. 
Já em 1964, a sua voz foi a única que falou mais alto na Assembleia Legislativa do Espírito Santo em defesa do golpe que depôs o presidente João Goulart. 

Nas eleições de 1966, Gurgel foi eleito deputado federal com 23.385 votos. Novamente o mais votado em Vitória, que na época tinha cerca de 32 mil eleitores.
Em meados de outubro de 1967, ele foi à Montevidéu para tratar com o ex-presidente sobre as articulações para a formação da Frente Ampla - movimento civil contra a Ditadura Militar. 

Entre os membros, estavam antigos trabalhistas, ex-pessedebistas, os integrantes da extinta UDN e de outras grupos políticos. 
Assim, Jango assinou um documento que foi entregue por Mário ao deputado pernambucano Oswaldo Lima Filho,coordenador dos trabalhistas no movimento que também reunia seguidores de Juscelino e Carlos Lacerda. 

Esse foi o motivo da cassação do seu mandato. No dia 9 de fevereiro de 1969, o advogado teve 1969 seus direitos políticos suspensos por 10 anos e também não pode seguir a carreira jurídica. 
Em seguida vieram as contas. Em 1972, os débitos bancários foram quitados com a ajuda de amigos e, aos poucos, outras dívidas foram pagas. 

Além de uma vida dedicada à política, Mário sempre lutou pelas causas de crianças de rua. Na década de 80, por exemplo, presidiu o Instituto Estadual para o Bem-Estar do Menor (Iesbem). 
Em 1991, Gurgel foi vítima de derrame, por isso passou a ter dificuldades de locomoção. Ele morreu em 4 de janeiro de 1996. 
fonte: www.agenciacongresso.com

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