Investigações do Ministério Público
Estadual e da Receita Federal apuram a destinação dos valores desviados pela
venda subfaturada de Nióbio
A principal peça da campanha emancipacionista era: “Essa gente sabe muito bem cuidar do seu nariz. Estado do Triângulo. Vamos respirar livremente. O crescimento desse movimento começava a incomodar o Governo Militar ,e em 1968, segundo informações do próprio Edson Garcia Nunes, ele é convocado para uma “conversa” com o Chefe de Gabinete do então presidente Costa e Silva.
Consultado, o dirigente da Rede Integração e da CODEMIG, Antônio Leonardo Lemos Oliveira, não quis comentar o assunto. Igualmente, a Rede Integração, Rede Globo e CODEMIG também não se pronunciaram.
Um canal de televisão que desde seu
surgimento esteve no centro das grandes jogadas políticas estaduais e
nacionais, através de acordos pouco ortodoxos, volta à cena sob suspeita de
carrear recursos provenientes da venda subfaturada de Nióbio, para financiar a
expansão da Rede Globo em Minas Gerais, a serviço de um projeto político.
A principal suspeita de
irregularidade encontrada é o fato do dirigente da Rede Integração, Antônio
Leonardo Lemos Oliveira, sem se afastar da emissora, assumir a vice presidência
da CODEMIG, empresa pertencente ao governo de Minas encarregada de administrar
o patrimônio minerário do Estado, por......
consequência a extração, beneficiamento e venda do Nióbio.
consequência a extração, beneficiamento e venda do Nióbio.
A venda e exploração do Nióbio de
Araxá já é objeto de investigação pelo Ministério Público mineiro. Porém, um
relatório da Receita Federal visando apurar a evasão de divisas existente na
venda subfaturada do mineral joga luz sobre a possível transferência de
recursos obtidos na operação pela Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá,
sociedade celebrada sem autorização legislativa ou licitação entre CODEMIG e
CBMM, empresa do Grupo Moreira Sales para a Rede Globo de Televisão.
Em 1962, através da outorga
assinada pelo primeiro-ministro Tancredo Neves, foi entregue a TV Triangulo ao
empresário Edson Garcia Nunes. Tudo por articulação política de Adib Chueire, e
em 1964, um mês após o golpe militar, foi ao ar a emissora. O primeiro
contato de retransmissão foi com a TV Excelsior e a seguir com a Record. No
início da década de 70, a difícil situação da TV Record e o fim da TV Excelsior
comprometeram o funcionamento da TV Triângulo.
As ações de Edson Garcia Nunes,
suas opções a respeito da televisão e o próprio nome da emissora já o colocavam
como um defensor da criação do Estado do Triângulo. Segundo o seu depoimento,
essa opção tomara novo fôlego em 1967, quando ele passa a participar mais
ativamente do movimento de emancipação do Estado do Triângulo.
A TV Triângulo passa a divulgar o
movimento, a bandeira do estado é afixada nos caminhões da emissora, faixas e
inscrições defendendo a causa.
A principal peça da campanha emancipacionista era: “Essa gente sabe muito bem cuidar do seu nariz. Estado do Triângulo. Vamos respirar livremente. O crescimento desse movimento começava a incomodar o Governo Militar ,e em 1968, segundo informações do próprio Edson Garcia Nunes, ele é convocado para uma “conversa” com o Chefe de Gabinete do então presidente Costa e Silva.
Nessa conversa ficou claro que, se
Edson Garcia Nunes não se afastasse do movimento separatista, perderia a
concessão do canal. Movimento que deixou de ser significativo quando o
uberlandense Rondon Pacheco assume o governo do Estado de Minas Gerais. Segundo
Golberi, a TV Triangulo simulava a vontade de divisão do Estado de Minas Gerais
para justificar a escolha de Rondon Pacheco pelo regime militar.
Segundo o livro depoimento de Edson
Garcia Nunes, em 1965, a TV Triangulo passava por uma séria crise financeira e
o político paulista Ademar de Barros o convida para uma visita ao seu
gabinete em São Paulo, e lá faz uma proposta para a compra da emissora.
Aceitando, chegou a receber uma ordem de crédito equivalente à metade do valor
da venda como uma primeira parcela do pagamento. Antes da segunda parcela, que
seria paga após seis meses, Adhemar de Barros tem os seus direitos políticos
cassados e desiste da compra.
Os problemas financeiros se
repetiram em 1968 quando Rondon Pacheco ocupava a Chefia da Casa Civil do
presidente militar Costa e Silva. Os novos proprietários da TV Excelsior, já
então uma pequena Rede, com quatro emissoras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte e Porto Alegre), envolvem-se em uma delicada negociação de venda da
rede que envolveu o próprio Garcia Nunes, atuando como “testa de ferro” de
Antônio Delfim Netto, que tinha aspirações políticas de ser Governador do
Estado de São Paulo.
A negociata incluía, entre outras
coisas, que um processo envolvendo a falsificação dos selos de uma empresa de
cigarros, de propriedade dos mesmos empresários que comandavam a Excelsior,
fosse “desaparecido”. Em troca, os empresários passariam dois terços das ações
das emissoras para os novos proprietários sem nada receber. Os novos donos
teriam como compromisso apenas o pagamento das dívidas de Impostos Federais,
encargos sociais e salários dos funcionários.
Enquanto as conversações corriam e
auditorias eram realizadas, ficou comprovado que o valor das dívidas era maior
do que o esperado, e foi feito um novo acordo que, segundo Edson Garcia Nunes,
incluiu o “esquecimento” dos impostos federais. Nesse meio tempo também, os
proprietários das quatro emissoras receberam uma boa oferta pela TV Gaúcha e
realizaram o negócio acreditando que o interesse do grupo comprador ao qual
estava ligado Edson Garcia Nunes resumia-se à emissora de São Paulo.
Ele, no entanto, se sentiu traído,
pois tinha um interesse particular na emissora gaúcha e o negócio se
desfez. Ainda interessado em expandir seus negócios, entrou em contato
com Otávio Frias, de quem comprou a TV Vila Rica, de Belo Horizonte, assumindo
as dívidas da empresa. A emissora foi logo vendida para Januário Carneiro, que
posteriormente a transferiu para á Rede Bandeirantes de Televisão.
Em 31 de agosto de 1971 a TV
Triângulo é vendida para os empresários Tubal de Siqueira e Silva, Rubens de
Freitas e seu irmão Renato de Freitas e Rubens Leite, iniciando a retransmissão
da programação da Rede Globo. A emissora foi a terceira afiliada da Rede. Como
o próprio Edson Garcia Nunes afirma em seu livro de memórias, desde sua
fundação a TV Triângulo esteve umbilicalmente ligada a “Jogadas Políticas e
econômicas” pouco ortodoxas.
Como se a seguir seu destino, os
investimentos para expansão da Rede Globo no interior de Minas Gerais, através
da TV Triangulo, atual Rede Integração, assustam. Após 2002, como que em um
passe de mágica, a Rede Integração é propagada como de propriedade exclusiva do
empresário Tubal de Siqueira Silva. Segundo o relatório da Receita Federal, os
investimentos posteriores já ultrapassaram R$ 1 Bilhão, sem que qualquer
faturamento significativo de publicidade tenha ocorrido no período.
Todo capital foi obtido através de
empréstimos tomados de Bancos ligados ao Grupo Moreira Sales. Em 2007, a Rede
Integração adquiriu parte da TV Panorama, afiliada da Globo de Juiz de Fora/MG,
expandindo a empresa também para a Zona da Mata, controlando assim 4 das 8
retransmissoras da TV Globo em Minas Gerais e se tornando a maior empresa de
comunicação do interior mineiro. Cinco anos mais tarde, a Rede Integração
assumiu a totalidade da TV Panorama que com isso, passou a se chamar TV
Integração Juiz de Fora.
Segundo o superintendente da
emissora, Rogério Nery, a compra da participação é um marco importante. “Vamos
levar efetivamente a marca da TV Integração para a Zona da Mata, com respeito
aos costumes e à cultura da região, que é muito importante para o Estado e para
o país”. Dessa maneira, a TV Integração, que atua no Triângulo Mineiro, Alto
Paranaíba, Noroeste, Pontal e Centro-Oeste, agora passa a abranger a Zona da
Mata. Ao todo, são 233 municípios que recebem a sinal da emissora e mais de 5,5
milhões de telespectadores.
Ao todo, hoje são 259 cidades e
5.376,579 milhões de habitantes atingidas pelo sinal da Rede Integração que
além de TV, opera 3 emissoras de rádio (95,1 FM, Globo Cultura Am 1020 e
Regional FM), um portal de Internet (Megaminas.com), uma operadora de TV a Cabo
(Net Patos de Minas), uma empresa com soluções para web (Webroom) - com filiais
em Uberlândia, Brasília e Goiânia - e uma produtora de vídeo (Imaginare
Filmes).
Emissoras
TV
Integração Araxá (Araxá) - Canal 12
TV
Integração Ituiutaba (Ituiutaba) - Canal 7 e 30 UHF Digital
TV
Integração Uberlândia (Uberlândia) - Canal 8 VHF e 30 UHF Digital
TV
Integração Juiz de Fora (Juiz de Fora) - Canal 5
Principais
Cidades
Uberlândia
- 611.903 habitantes IBGE/2011
Juiz de Fora - 520.810 habitantes IBGE/2011
Uberaba - 299.360 habitantes IBGE/2011
Divinópolis - 215.246 habitantes IBGE/2011
Patos de Minas - 139.848 habitantes IBGE/2011
Barbacena - 127.217 habitantes IBGE/2011
Araguari - 110.402 habitantes IBGE/2011
Ubá - 102.782 habitantes IBGE/2011
Muriaé - 101.430 habitantes IBGE/2011
Ituiutaba - 97.791 habitantes IBGE/2011
Araxá - 94.798 habitantes IBGE/2011
Itaúna - 86.123 habitantes IBGE/2011
Paracatu - 85.447 habitantes IBGE/2011
Pará de Minas - 85.075 habitantes IBGE/2011
São João del-Rei - 84.404 habitantes IBGE/2011
Patrocínio - 82.471 habitantes IBGE/2011
Viçosa - 72.244 habitantes IBGE/2011
Juiz de Fora - 520.810 habitantes IBGE/2011
Uberaba - 299.360 habitantes IBGE/2011
Divinópolis - 215.246 habitantes IBGE/2011
Patos de Minas - 139.848 habitantes IBGE/2011
Barbacena - 127.217 habitantes IBGE/2011
Araguari - 110.402 habitantes IBGE/2011
Ubá - 102.782 habitantes IBGE/2011
Muriaé - 101.430 habitantes IBGE/2011
Ituiutaba - 97.791 habitantes IBGE/2011
Araxá - 94.798 habitantes IBGE/2011
Itaúna - 86.123 habitantes IBGE/2011
Paracatu - 85.447 habitantes IBGE/2011
Pará de Minas - 85.075 habitantes IBGE/2011
São João del-Rei - 84.404 habitantes IBGE/2011
Patrocínio - 82.471 habitantes IBGE/2011
Viçosa - 72.244 habitantes IBGE/2011
Rádios
Cultura
FM 95,1 - Uberlândia
Radio Bandeirantes de Araguari Ltda. - Araguari
Radio Cultura de Uberlândia Ltda. - Uberlândia
Radio Televisão de Uberlândia Ltda. Ituiutaba
Radio Televisão de Uberlândia Ltda. – Uberlândia
Radio Bandeirantes de Araguari Ltda. - Araguari
Radio Cultura de Uberlândia Ltda. - Uberlândia
Radio Televisão de Uberlândia Ltda. Ituiutaba
Radio Televisão de Uberlândia Ltda. – Uberlândia
Retransmissoras
de TV
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Monte Alegre de Minas. Canal 6
Monte Alegre de Minas. Canal 6
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Patos de Minas. Canal 10
Patos de Minas. Canal 10
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Conquista. Canal 14
Conquista. Canal 14
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Ituiutaba. Canal 7
Ituiutaba. Canal 7
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Patrocínio. Canal 6
Patrocínio. Canal 6
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Frutal. Canal 11
Frutal. Canal 11
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Araporã. Canal 24
Araporã. Canal 24
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Sacramento. Canal 2
Sacramento. Canal 2
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Carmo do Paranaíba. Canal 7
Carmo do Paranaíba. Canal 7
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Coromandel. Canal 11
Coromandel. Canal 11
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Santa Vitória. Canal 36
Santa Vitória. Canal 36
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Tupaciguara. Canal 5
Tupaciguara. Canal 5
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Monte Carmelo. Canal 9
Monte Carmelo. Canal 9
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Guimarânia. Canal 13
Guimarânia. Canal 13
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Araxá. Canal 12
Araxá. Canal 12
Consultado, o dirigente da Rede Integração e da CODEMIG, Antônio Leonardo Lemos Oliveira, não quis comentar o assunto. Igualmente, a Rede Integração, Rede Globo e CODEMIG também não se pronunciaram.
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Matéria postada originalmente no Novo Jornal, no dia 11/12/2012
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