O Tribunal Superior do
Trabalho (TST) expediu no início da tarde de hoje (13) uma liminar determinando
que 90% dos empregados do setor aéreo deveriam continuar trabalhando caso uma
greve fosse iniciada,além de pagamento de multa. Aeronautas e aeroviários decidiriam nesta quinta-feira se fariam uma paralisação de
advertência.
Com a liminar do TST, a categoria decidiu
cancelar a paralisação, que tinha o objetivo de pressionar as empresas do setor
aéreo por melhores salários e condições de trabalho. Após assembleias dos sindicatos dos aeroviários e aeronautas em todo
o país, aeronautas votaram pela manutenção do estado de greve.
Aeronautas e aeroviários rejeitaram as
últimas propostas das empresas aéreas feitas em reunião na tarde de ontem (12)
para discutir o reajuste salarial da categoria e buscam agora novas formas de negociação.
Após assembleia no Rio, trabalhadores e lideranças sindicais organizaram
protestos no Aeroporto Santos Dumont, no centro da capital fluminense.
“Nós demos uma recuada estratégica e vamos
nos organizar para fazer um enfrentamento às empresas, ao TST e ao governo.
Essa proposta não dá para aceitar de jeito nenhum. Agora o comando de greve vai
se reunir para decidir os próximos passos”, disse Selma Balbino,
presidenta do Sindicato Nacional dos Aeroviários.
Em nota, o presidente do Sindicato Nacional
dos Aeronautas, comandante Gelson Fochesato, afirmou que “a greve só foi
suspensa devido ao avanço das empresas e em respeito aos cidadãos”. O sindicato
informou que os aeronautas “lutam para que as empresas comprometam-se a cumprir
a regulamentação profissional, querem novos pisos e reclamam da sobrecarga de
trabalho, do assédio moral e da fadiga, que ampliam os riscos de acidentes
aéreos”.
De acordo com o sindicato, os empregados
pretendem firmar com as empresas aéreas uma negociação que ofereça um ganho
real (acima da inflação) para os trabalhadores. O sindicato alega que as
companhias estão oferecendo índices escalonados iguais ou menores que a inflação,
conforme a faixa salarial, e, devido a isso, as negociações chegaram a um
impasse que poderia desencadear uma greve.
Segundo a diretora do Sindicato Nacional
dos Aeronautas, Graziella Baggio, foi aprovada em assembleia uma proposta de 7%
de reajuste em todos os itens econômicos, e no piso salarial um reajuste de
10%. “A nossa pretensão é levar essa proposta para o Snea [Sindicato Nacional
das Empresas Aeroviárias] e renegociar. Uma próxima greve não está descartada.
O comando de greve vai decidir quando nós iremos fazer uma nova
paralisação".
Em relação aos problemas que surgiriam com
uma greve no final do ano, época de grande movimento nos aeroportos, Graziella
disse que a "questão de atraso e cancelamento vai acontecer
independentemente de qualquer decisão dos trabalhadores. Nós já estávamos
voando com os aviões superlotados, estamos em véspera de festas e,
efetivamente, foram retiradas do mercado aproximadamente 24 aeronaves com o
fechamento da Webjet".
Na última quinta-feira (5) os trabalhadores
rejeitaram proposta de reajuste salarial que contempla os 6% do Índice Nacional
de Preços ao Consumidor (INPC) do período e determinaram estado de greve
durante assembleias feitas pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários em todo o
país. A decisão foi anunciada pela presidenta da entidade, Selma Balbino,
durante rodada de negociações na sede do Sindicato Nacional das Empresas
Aeroviárias (Snea).
12/12/2012 -
Trabalhadores do setor aéreo decidem nesta quinta-feira se irão parar
Rio de Janeiro – Terminou sem acordo a reunião
entre os trabalhadores e as empresas do setor aéreo na tarde de hoje (12) sobre
reajuste salarial da categoria. A proposta oferecida aos empregados será
avaliada amanhã (13) em assembleias marcadas para as 13h em vários estados. Mas
o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac),
Celso Klafke, adiantou que, se não houver melhora nos termos oferecidos, a
tendência é que haja paralisação de advertência amanhã.
“Nós insistimos em ter algum tipo de ganho
real [acima da inflação]. O tempo que podemos dar para o sindicato patronal é
até amanhã. Não houve qualquer avanço na proposta. Eles querem dar o INPC
[Índice Nacional de Preços ao Consumidor] para quem ganha o menor piso, 4,5%
para os trabalhadores que recebem até R$ 3 mil, 3% até R$ 5 mil e, acima disso,
1,5%. Se esta proposta for mantida, a decisão dos trabalhadores é desencadear
uma greve no setor, a partir das assembleias de amanhã à tarde”, avisou Klafke,
na saída da reunião, ocorrida na sede do Sindicato Nacional das Empresas
Aeroviárias (Snea).
Klafke não soube precisar quais aeroportos
seriam mais afetados se a paralisação for decretada, mas explicou que o sistema
aéreo brasileiro trabalha em rede – e o que acontece em um aeroporto reflete
nos demais. Nesse caso, poderão ocorrer atrasos e até cancelamentos de voos.
O representante do Snea, Odilon Junqueira,
disse que há possibilidade das empresas revisarem a proposta até amanhã.
Segundo ele, os trabalhadores propuseram 7% de reajuste geral, o que será
examinado pelas companhias aéreas, que enviaram representantes para a reunião.
“As empresas farão o que é possível até
amanhã. Os sindicatos dos aeronautas e aeroviários deixaram [proposta de] um
reajuste de 7% para todas as categorias. Sendo que os aeroviários pediram ainda
que os pisos sejam reajustados em 10%”, disse Junqueira.
Ele ressaltou, porém, que as companhias
aéreas passam por um momento de extrema dificuldade, o que torna difícil a
concessão de reajustes com ganho acima da inflação.
“As empresas aéreas, desde o início das
negociações, têm sido enfáticas em afirmar que, tendo em vista os prejuízos
econômicos muito grandes que tiveram ao longo do ano de 2012, com o câmbio, que
é muito elevado, o preço do combustível, que no Brasil é absurdo, e o custo dos
impostos que incidem sobre a aviação, elas não têm a menor condição de conceder
aumento real de salário”, frisou Junqueira.
13/12/2012 -
Aeronautas fazem manifestação em Congonhas por melhores salários e condições de trabalho
Aeronautas de São Paulo fizeram, na tarde
de hoje (13), uma manifestação no Aeroporto de Congonhas por melhores condições
de trabalho e salário. Os trabalhadores percorreram toda a área frontal do
aeroporto e todos os saguões internos. Com faixas e apitos, eles pediram mais
condições de segurança, melhor remuneração, repudiaram jornadas de trabalho
excessivas e redução de custos das companhias aéreas. A mobilização foi
encabeçada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas, mas teve também a
participação dos aeroviários.
"O principal objetivo da manifestação
é a nossa campanha salarial. Até ontem as empresas propunham índice abaixo da
inflação. Hoje surgiu uma nova proposta de 6% [de reajuste]. Entendemos que
houve um movimento [das empresas] e, em respeito a esse movimento, suspendemos
a paralisação, mantendo o estado de greve", disse o vice-presidente do
Sindicato Nacional dos Aeronautas, Sergio Dias.
Mais cedo, reunidos em assembleia, os
aeronautas de São Paulo recusaram a nova proposta patronal de reposição
salarial. No entanto, em razão do avanço da proposta das empresas, os trabalhadores decidiram suspender a paralisação marcada para
hoje e manter o estado de greve. Os empregados buscavam firmar com o
sindicato das empresas aéreas aumento real para os trabalhadores, conforme a
faixa salarial. No entanto, avaliaram a nova proposta das empresas ainda
insuficiente.
Os trabalhadores também pedem o compromisso
das empresas aéreas em cumprir a regulamentação profissional e de adotar novos
pisos salariais. Eles também reclamam da sobrecarga de trabalho, do assédio
moral e da fadiga, que amplia os riscos de acidentes aéreos. Agência Brasil
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