Psiquiatra
israelense descreve casos de três mulheres que passaram a desenvolver
alucinações relacionadas a conversas que mantinham via chats e redes sociais.
Para o médico, a comunicação on-line favoreceu o surgimento de um novo tipo de
distúrbio mental
Aos
45 anos, F.* entrou em desespero quando começou a receber mensagens cifradas. O
problema se agravou a partir do momento em que foi ameaçada por pessoas que a
espionavam e a perseguiam dia e noite. “Elas pareciam conhecer detalhes da
minha vida que eu nunca havia revelado a ninguém”, relatou. Então, ela procurou
ajuda especializada. Não em uma delegacia de polícia, mas na ala psiquiátrica
de um hospital. Sem histórico de distúrbios mentais, perto de chegar à
meia-idade, a mulher acabou diagnosticada com crise psicótica aguda. O que
teria desencadeado o episódio seriam horas intermináveis no Facebook.
A dependência em internet já é um assunto bem discutido por psicólogos e psiquiatras, que consideram o vício semelhante ao de jogar ou beber. Agora, um artigo publicado na revista Israel Journal of Psychiatry and Related Sciences sugere que a rede mundial favoreceu o surgimento de um tipo específico de distúrbio mental, a psicose de internet. O psiquiatra israelense Uri Nitzan encontrou três casos de mulheres previamente saudáveis que tiveram surtos psicóticos depois de começar a frequentar redes sociais e salas de chat. Ele defende que pessoas sem muita intimidade com computadores e emocionalmente frágeis — F., por exemplo, cuidava de um idoso que morreu dois meses antes do surto — ficam mais suscetíveis a confundir realidade e ambiente virtual, a ponto de desenvolverem o grave distúrbio.
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Dag Vulpi