Segundo colocado no pleito de outubro em Guarapari, com 13.846 votos, o jornalista e empresário Ricardo Conde (PSB), vai disputar, novamente, os votos dos eleitores da Cidade Saúde. O socialista diz que é o candidato natural, mas o grupo que o apoia – formado pelos partidos PSB/ PRB / PT / PMDB / PTN / PSC / PR / PSDC / PRTB / PV / PC do B / PT do B / PSDB / PSD – ainda aguarda as definições da Justiça Eleitoral. “Eu sou candidato natural, meu nome está à disposição. Estamos conversando permanentemente, mas aguardando a Justiça Eleitoral, que vai definir os prazos”.
A nova eleição em Guarapari foi decidida por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mantiveram o indeferimento da candidatura do prefeito de Guarapari, Edson Magalhães (PPS), por entenderem que ele concorria ao terceiro mandato consecutivo. Apesar do impedimento, Edson obteve 39.027 votos, o equivalente a 58,31% dos votos válidos, que foram considerados nulos. Conde e o candidato Carlos Von Schilgen (PSL), somaram 21.399 votos, ou seja, menos de 50% do total – o que determina realização de nova disputa.
O concorrente adotou um discurso de continuidade e reconhece que tentou ser o candidato do prefeito Edson. Entretanto, após a negativa e a certeza de que Magalhães não “poderia levar”, sentiu-se mal interpretado pelo eleitorado por ter feito uma campanha que insistia neste tema.
“Eu lamento ter sido mal entendido no processo que passou. Busquei informar a população que isso aconteceria, que Edson, um dos melhores prefeitos de Guarapari já teve, não poderia se candidatar. E pareceu que eu passei a campanha falando mal, mas talvez tenha faltado habilidade. O que me deixou muito triste foi quando meu filho de 10 anos disse que na escola as pessoas diziam que eu estava contando mentiras. Mas não era: eu sabia que Edson poderia ganhar, mas não ia levar”.
Ricardo Conde avalia que a cidade sairá prejudicada, uma vez que entra o ano de 2013 sem um gestor definido. “Infelizmente a cidade sofre muito com isso. Fica um vácuo. Minha maior preocupação é que grande parte do verão a cidade enfrentará um problema administrativo. O presidente da Câmara vai assumir a prefeitura, mas a população só conhecerá o gestor no dia 1º, às 9 da manhã, quando acontecerá sessão extraordinária na Câmara dos Vereadores para escolher a Mesa Diretoria. O prefeito que assumir de uma hora para a outra. A cidade que tem sua população quatro, as vezes cinco, vezes maior que o normal no verão, pode estar em risco sua programação de verão, serviço de limpeza e coleta de lixo, ordenação das praias com ambulantes… enfim, questões fundamentais, sobretudo neste período”, avaliou.
O socialista já exerceu o cargo de vereador entre 2005 e 2008, ainda no Partido Verde (PV) e garante que sempre esteve ligado as questões políticas da cidade.
ESHOJE – O senhor avalia que perdeu por falta de apoio, ou pelo favoritismo do prefeito Edson Magalhães?Ricardo Conde: Foi pelo favoritismo de Edson. Ninguém disputa contra um prefeito no poder há seis anos. Edson tinha seis anos de governo bem avaliados, realizou grandes obras de demandas da população. Nosso grupo se colocou com muita coragem para disputar, porque sabíamos que ele era inelegível. Sabíamos que ganhar dele era muito difícil, mas ele ganharia e não levaria.
Com esta certeza, o senhor não tentou o apoio do prefeito?Houve essa tentativa de apoio, mas não chegou a evoluir, porque o grupo dele tinha a convicção de que haveria possibilidade de terceiro mandato.
O apoio do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) pode ter pesado, tanto na vitória dele, quanto em sua derrota. Como o senhor avalia essa postura do peemedebista?É uma questão interna que não me cabe avaliar. Fazemos questão que o PMDB caminhe conosco. O PSB e o PMDB são parceiros e acho que Paulo Hartung, pelo tamanho que tem, teve a liberdade de caminhar com quem quis. Assim como outros que tiveram essa liberdade, o que vejo com naturalidade. O prefeito Edson Magalhães tem tanta aceitação popular, que Hartung não mudou os quadros.
É possível que o grupo político de sua base consiga emplacar o presidente da Câmara e, consequentemente, o prefeito interino?A coligação de fez sete dos 15 vereadores eleitos, e tem conversado com todos. Inclusive os que não foram eleitos neste grupo. Apostamos na eleição de Gedson Merizio (PSB), que foi o mais votado, ou Germano Borges (PSB), pois são do PSB, que é do partido do governador Renato Casagrande. Isso facilita o transito entre o município e o Governo, neste momento de transição por ser do mesmo partido do governo. A gestão no primeiro ano vai precisa de uma forte parceria da Câmara, em caso de necessidade de remanejamento no orçamento, sobretudo em casos de contratos em caráter emergencial.
Se for eleito, qual a sua prioridade na administração de Guarapari?Minha prioridade é reestabelecer o equilíbrio administrativo da cidade, por causa da transição. O correto era estamos vivendo, neste período, de fim de ano, a transição de mandatos. Porém, sem ele, teremos que agir com celeridade, cautela e responsabilidade. Vamos complementar o programa de obras em desenvolvimento, finalizar as obras, manter o programa de asfaltamento nos bairros, melhorar a saúde e melhorar turismo, dar continuidade na gestão e melhorias nos setores que ficaram pendentes.
Guarapari é o maior destino de capixabas e turistas no Espírito Santo durante o verão. Como trabalhar esse setor, ainda tão cheio de falhas?É preciso desenvolver politicas publicas para incremento do turismo. A cidade tem tudo para ser considerada como principal destino. Mas a politica seria como atividade o ano inteiro. A qualidade é para se contratar para alta temporada. Para manter equipe qualificada tem que ter fluxo o ano inteiro, a cidade também precisa de infraestrutura, como o Governo do Estado tem investido nas obras.
Guarapari tem sido uma das cidades mais prejudicadas com as chuvas do mês de novembro. Como resolver este problema?A cidade precisa de um estudo das águas, um mapa de escoamento das águas. Houve grande volume de investimento de drenagem e pavimentação, mas, talvez, faltou a manutenção. Boa parte foi por causa da falta de manutenção.
Como o senhor avalia a gestão da presidente Dilma Rousseff para o ES, uma vez que o seu partido é aliado de última hora?
O Espírito Santo sempre sofreu por ser um estado com baixa densidade eleitoral. O ES e o PSB são base do governo Dilma. Eclodiram duas questões ruins para o Esta: Fundap e royalties. O governo tem 27 estados para gerenciar e a perda dos dois é fatal. No Fundap o governo acenou com compensação. Já nos royalties, espero que o governo vete. No caso dos royalties é um absurdo que o ES e RJ, como produtores, percam. Vamos precisar de compensação de investimentos para avançarmos diante de tanta perda. Para Guarapari as perdas não são fatais, porque é a que tem menos parte. Perde R$ 5 milhões no ICMS e R$ 2 milhões nos royalties na receita corrente.
O Espírito Santo sempre sofreu por ser um estado com baixa densidade eleitoral. O ES e o PSB são base do governo Dilma. Eclodiram duas questões ruins para o Esta: Fundap e royalties. O governo tem 27 estados para gerenciar e a perda dos dois é fatal. No Fundap o governo acenou com compensação. Já nos royalties, espero que o governo vete. No caso dos royalties é um absurdo que o ES e RJ, como produtores, percam. Vamos precisar de compensação de investimentos para avançarmos diante de tanta perda. Para Guarapari as perdas não são fatais, porque é a que tem menos parte. Perde R$ 5 milhões no ICMS e R$ 2 milhões nos royalties na receita corrente.
(ESHOJE)
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