Débora
Zampier e Luana Lourenço da Agência Brasil
Brasília
– A estreia da Lei da Ficha Limpa nas eleições municipais deste ano provocou um
efeito colateral: a impossibilidade de apurar a quantidade de votos nulos,
assim como as situações em que algum candidato não recebeu um voto sequer.
Quando
o candidato está com o registro negado, mas ainda pendente de análise na
Justiça, ele fica em uma espécie de limbo. Seus votos são registrados, mas não
aparecem na totalização porque entram na conta dos nulos. Com isso, muitos
candidatos aparecem sem voto na consolidação dos resultados.
É o
caso da cidade de Alexânia, em Goiás, onde 45 vereadores aparecem sem nenhum
voto. Neste caso, só é possível saber a real situação com uma pesquisa sobre
cada registro. Em Osasco (SP), 42% dos votos registrados para prefeito são
nulos, mas neste caso muitos podem ter sido destinados a um dos líderes nas
pesquisas, Celso Giglio (PSDB), atualmente com o registro negado.
Outra
dificuldade para medir os votos nulos e brancos é que eles não aparecem nas
pesquisas de totalizações por estado ou nacional. Na eleição presidencial de
2010, os números estavam disponíveis, mas agora só é possível checar os brancos
e nulos com a pesquisa por cidade.
Em
coletiva hoje (7), a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra
Cármen Lúcia, disse que a Justiça Eleitoral deve começar a divulgar amanhã (8)
a lista de votos obtidos pelos candidatos com registro negado. Somente com
estes números será possível ter um panorama melhor dos votos efetivamente
nulos.
Edição:
Carolina Pimentel
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