Em
homenagem ao Dia da Criança, os poderes Judiciário e Executivo e organizações internacionais
se uniram para assinar a Carta de Constituição de Estratégias em Defesa da
Proteção Integral dos Direitos da Criança e do Adolescente. O acordo tem o
objetivo de garantir uma ação conjunta para beneficiar aqueles que, com menos
de 18 anos, representam 36% da população.
A carta deve servir para
reforçar os programas sociais já existentes, como o Brasil Carinhoso, e
incentivar novos projetos, como a ampliação do número de salas especiais para o
depoimento judicial de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual.
Atualmente, são apenas 40 em todo o Brasil.
O presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, disse que "não se pode
sequestrar essa idade de vida. Além de não haver uma estrutura mental e
intelectual consolidada, quando experimentada, a infância gera várias
lições".
O acordo é dividido em quatro
eixos: o estímulo à convivência familiar, o combate à violência sexual contra
crianças e adolescentes, a melhora no sistema socioeducativo e a erradicação do
trabalho infantil. "Queremos contribuir para a universalização dos
direitos da infância no Brasil. É uma forma justa de comemorar o dia 12 de
outubro. O País teve vários avanços, mas ainda persistem desafios", disse
o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil,
Gary Stahl.
As metas estabelecidas se
baseiam principalmente na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do
Adolescente e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). A
partir delas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP), a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República, os ministérios da Justiça, Saúde, Educação, Trabalho e
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, além da Unicef e da organização Childhood
Brasil devem reunir-se semestralmente para elaborar programas e revisar as
ações.
A ministra da Secretaria de
Direitos Humanos, Maria do Rosário, ressaltou a importância do trabalho
conjunto. "Crianças são responsabilidade do Estado e ações integradas geram
bons resultados". A ministra lembrou que um dos principais problemas é o
trabalho infantil. "Teremos ações de erradicação do trabalho infantil.
Hoje temos juízes liberando autorizações questionáveis que permitem que jovens
trabalhem antes da idade adequada".
Além da assinatura da carta, o
CNJ promoveu o lançamento do Portalzinho, com jogos e informações destinado a
crianças, jovens, pais e professores. Foi lançada ainda a Cartilha do
Adolescente Privado de Liberdade, que contém informações sobre direitos e
deveres de crianças e adolescentes, telefones das defensorias públicas em todo
o Brasil, além de um modelo de petição utilizada para o requerimento de
benefícios em geral.
Na cerimônia, foram anunciados
os ganhadores do primeiro Prêmio CNJ Infância e Juventude, destinado a projetos
do Poder Judiciário que colaboram com a proteção, o desenvolvimento e a
formação de crianças e adolescentes. A entrega do prêmio ocorrerá no dia 23
deste mês.
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