Beneficiado por uma liminar para a
concessão de liberdade, o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, não deixará o Presídio da Papuda, em Brasília, onde está preso
desde fevereiro, por causa das investigações da Operação Monte Carlo. O
despacho que prevê a soltura foi expedido ontem (15) pelo desembargador do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região Fernando Tourinho Neto.
No documento, Tourinho Neto mandou
soltar empresário sob o argumento de que Cachoeira está preso há tempo demais.
Ele tomou a decisão monocrática determinando a “imediata soltura do réu, se por
outro motivo não estiver preso”. Como há mais um mandado de prisão contra ele,
expedido pela Justiça de Brasília, no processo da Operação Saint-Michel, que
apura fraude em licitações na capital federal, Cachoeira permanecerá na Papuda.
Esta é a segunda vez que o
desembargador Tourinho Neto manda soltar Carlinhos Cachoeira. Em junho, o
desembargador determinou a soltura de Cachoeira, o que acabou não ocorrendo.
Na ocasião, Tourinho Neto estendeu ao empresário de jogos ilícitos um benefício
concedido ao empresário José Olímpio Queiroga, acusado de fazer parte do
esquema criminoso chefiado por Cachoeira.
No Congresso, a Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira deve decidir hoje (16) se prorroga os
trabalhos. Os líderes partidários que integram o colegiado se reúnem nesta
tarde para analisar a possibilidade.
Inicialmente, a CPMI encerra as
atividades no dia 4 de novembro. O relator da CPMI, deputado Odair Cunha
(PT-MG), disse que pretende apresentar seu relatório uma semana antes desse
prazo para que haja tempo de votação. Contudo, parlamentares da oposição – com
apoio de alguns deputados e senadores da base aliada – pressionam para que a
CPMI seja prorrogada por, pelo menos, 90 dias.
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