Na
última semana do mensalão, ministros terão que resolver empates
Decisão
sobre prisão imediata dos condenados também deve ser motivo de
impasse na reta final do julgamento
Além
de definir a absolvição ou condenação dos 13 réus acusados por
formação de quadrilha, entre eles o ex-ministro da Casa Civil do
governo Lula José Dirceu, o Supremo Tribunal Federal terá que lidar
nesta semana, reta final do julgamento da ação penal do chamado
mensalão, com pelo menos dois temas ainda nebulosos na Corte:
empates e a imediata prisão dos condenados.
A
previsão do relator, Joaquim Barbosa, é de que o julgamento termine
até a próxima quinta-feira, 25. Para tanto, o presidente da Corte,
Ayres Britto, convocou uma sessão extra para a terça-feira, 23, –
serão quatro nesta semana.
Três
ministros ouvidos pela Reuters afirmaram ser pouco provável que o
julgamento se encerre até quinta, por acreditarem que serão
intensas as discussões sobre como resolver os empates – caso de
seis réus até o momento.
Segundo
um ministro, o mais provável, como se trata de uma ação penal, é
o "in dubio pro reo" (na dúvida, a favor do réu). Mas há
outros integrantes que discordam, como Marco Aurélio Mello, que
defende o chamado voto de qualidade, em que a posição do presidente
vale por dois. Uma terceira possibilidade seria aguardar a chegada do
11º ministro, Teori Zavascki, sabatinado por senadores e cujo nome
foi aprovado na semana passada.
Sobre
a prisão imediata dos réus, pedido que será reforçado pelo
Ministério Público Federal assim que se encerrar o julgamento, dois
ministros já se manifestaram claramente contra: o decano Celso de
Mello e o revisor do processo, Ricardo Lewandowski.
"Seria
um retrocesso para a Corte", afirmou Lewandowski, reforçando
que a tradição do Supremo tem sido apenas autorizar a execução da
pena após o trânsito em julgado do caso – o que só ocorre depois
de o acórdão estar pronto e possíveis embargos e recursos serem
analisados.
Segundo
os ministros ouvidos pela Reuters, as discussões sobre os dois
tópicos devem consumir entre duas a três sessões inteiras, antes
mesmo que a Corte comece a definir a dosimetria das penas dos réus
condenados – que também não será um processo simples, segundo
eles.
Caso
se estenda além desta semana, os ministros podem optar por uma pausa
no julgamento, uma vez que o relator deve viajar à Alemanha para um
tratamento de saúde no final deste mês.
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