O
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem (3) que não vê
espaço para atuação da Corte Interamericana de Direitos Humanos em caso de
apelação por parte do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) contra condenação na
Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão.
“É
algo que não tem a mínima viabilidade, porque isso seria cabível se nós
estivéssemos presenciando um julgamento que não atendesse às garantias
asseguradas pela Constituição e, internacionalmente, a qualquer réu. E o
julgamento que se realiza no Supremo é absolutamente exemplar no tocante à
salvaguarda dessas garantias”, observou Gurgel.
Costa
Neto anunciou que vai recorrer à corte ligada à Organização dos
Estados Americanos (OEA). Apesar de confessar a prática de crime eleitoral, o
deputado alegou que foi condenado injustamente porque não cometeu lavagem de
dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha. Ele disse ainda que não
renunciará e que está tendo seu direito de defesa cerceado.
O
ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) – Corte que
julga a ação penal – também se manifestou sobre a atitude do deputado. Para
ele, embora o Brasil tenha apoiado a criação e reconhecido o tribunal
internacional, os pronunciamentos da Corte Interamericana não alteram decisões
do órgão máximo do Judiciário brasileiro.
Gurgel diz que determinação de penas de
condenados no processo do mensalão será tarefa complexa
O
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem (3), no intervalo do
julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal (STF), conhecida como
processo do mensalão, que estabelecer a pena dos réus “não será uma tarefa
simples”.
Gurgel
explicou a lógica de cálculo das penas dos réus, a chamada dosimetria, e
ressaltou que a preocupação estará na efetividade das penas. “Sobre a
dosimetria, o relator [da ação penal, Joaquim Barbosa] fará sua proposta e o
revisor [Ricardo Lewandowski] terá a sua, que poderá ou não ser a mesma do
relator. Em seguida, os demais ministros votam. Será uma operação complexa, na
medida que temos um grande número de réus e cada um desses réus responde a um
grande número de condutas”, analisou.
O
procurador comentou a acusação que pesa contra o ex-chefe da Casa Civil José
Dirceu. Gurgel considera que os autos do processo comprovam a responsabilidade
do ex-ministro no crime de corrupção ativa por ter liderado o esquema de compra
de apoio parlamentar na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Isso é o que está presente nos autos, essa participação absolutamente decisiva
e essa liderança indiscutível do acusado José Dirceu”, disse.
Gurgel
também se pronunciou sobre o atraso no julgamento de processos pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). “Tivemos um impacto negativo e muito grande da greve
que ocorreu nos tribunais regionais eleitorais. Não se pode imputar ao Tribunal
Superior Eleitoral esse atraso. É que os processos chegaram muito atrasados ao
tribunal. O que vai ocasionar é que teremos um grande número de candidatos
concorrendo por sua conta e risco”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi