Carmem
Lusquinho teria ido às urnas, em Nova Venécia, conforme
comprovante. Mas
ela está enterrada desde outubro de 2001
Fabio
Seganttini (A Tribuna)
Morta
há 11 anos, a eleitora Carmem Mota Lusquinho, de Nova Venécia, no
Noroeste do Estado, “vo t o u ” na eleição do último dia 7. É
o que mostra o comprovante de votação fornecido pela Justiça
Eleitoral. O voto foi registrado na seção 162 da 30ª Zona.
A
eleitora morreu no dia 17 de outubro de 2001 e hoje estaria com 53
anos se estivesse viva, conforme comprova a certidão de óbito.
Inconformado
com o fato, Alexsandro Lusquinho Correia, 32 anos, filho de Carmem,
afirmou que vai entrar com uma ação na Justiça para apurar como o
nome de sua mãe apareceu como eleitora ativa nas eleições deste
ano.
Alexsandro
disse que a família está constrangida com o caso. “No dia
seguinte às eleições, um primo me disse que o nome da minha mãe
teria aparecido como eleitora e que estaria em rede nacional sendo
divulgado. Estamos todos tristes por passar por esta situação
difícil e queremos uma explicação que eu acredito ter ligação
com algum grupo político”, afirmou.
Ele
declarou ainda que começou a apurar o fato por conta própria e
descobriu que a seção onde aparece o comprovante de votação em
nome de Carmen é diferente do local onde ela costumava votar.
“Ela
era eleitora do interior, de um lugar chamado Córrego da Invejada,
distante 40 quilômetros da seção que apareceu o comprovante, que
fica no Lar de Fátima, bairro Bonfim. Isso faz levantar muitas
suspeitas, como a de ter alguém utilizando o nome dela para eleger
aliado e que não temos como saber por causa do voto ser secreto”.
E
completou: “O que a família mais quer neste momento é pôr um fim
nesta história.”
PARENTESCO
Um
amigo da família informou que os documentos de Carmem estariam
guardados com um tio de Alexsandro, mas o mesmo não foi localizado
pela reportagem de A Tr i b u n a para comentar.
Ainda
de acordo com ele, a filha deste tio teria trabalhado como presidente
da seção onde apareceu o voto de Carmem.
O
atual prefeito, Wilson Venturin (PP), o Wilson Japonês, e o prefeito
eleito, Lubiana Barrigueira (PSB), não quiseram comentar.
Morte
>NO
DIA 17 de outubro de 2001, Carmem Mota Lusquinho, de Nova Venécia,
morreu por causa indeterminada, conforme aponta a certidão de óbito
(na imagem ao lado).
>SEGUNDO
consta na certidão, ela não seria eleitora. Nascida em 1959, se
tivesse viva estaria com 53 anos.
Eleição
>CONTUDO,
conforme consta no comprovante de votação das eleições municipais
deste ano (também na imagem ao lado), Carmem teria comparecido para
votar na seção 0162 da 30ª Zona Eleitoral, que corresponde ao
município de Nova Venécia, região Norte do Estado.
>A
FAMÍLIA de Carmen decidiu entrar com uma ação na Justiça para
solicitar explicação sobre o caso.
>SEGUNDO
o filho dela, Alexsandro Correia, a eleitora sequer votava naquela
seção eleitoral quando estava viva .
Investigação
>O
TRIBUNAL Regional Eleitoral (TRE-ES) informou que o caso já foi
apurado e ficou constatado que uma outra eleitora, com o primeiro
nome semelhante ao de Carmem Mota Lusquinho, recebeu, por equívoco
dos mesários, autorização para votar na seção 0162 da 30ª Zona
Eleitoral. “Ninguém votou no lugar da eleitora que está viva”.
>O
TRE AINDA destacou que o nome de Carmem não foi excluído do
cadastro pois a morte dela não foi informada à Justiça Eleitoral
e, como ela era analfabeta, o voto é facultativo.
>A
PROMOTORIA eleitoral de Nova Venécia informou que está apurando os
fatos.
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