Yoani Sánchez conta que foi filmada e obrigada a tirar roupa durante as 30 horas de prisão |
A
blogueira Yoani Sánchez disse neste sábado que agentes femininas da polícia
cubana tentaram tirar sua roupa e que foi filmada durante as 30 horas em que
ficou presa em Bayamo, no sul de Cuba.
Em
artigo publicado no jornal espanhol "El País", a dissidente política
disse que foi presa na quinta (4) quando tentava chegar ao julgamento de Ángel
Carromero, acusado de homicídio culposo pelo acidente que matou o dissidente
Oswaldo Payá.
Sánchez
foi presa pelos agentes cubanos junto com seu marido, Reinaldo Escobar. Segundo
ela, os policiais lhe acusaram de querer boicotar o tribunal em uma operação
que considerou absurda.
"A
operação tinha as dimensões de uma prisão feita contra uma quadrilha de
traficantes ou da captura de um assassino em série, mas só haviam três
indivíduos que queriam participar como ouvintes de um processo judicial".
Para
a blogueira, a prisão foi uma oportunidade de experimentar a situação de um
preso em Cuba para fins jornalísticos. Ela disse que teve seu celular
apreendido e se resistiu a tirar a roupa apesar da pressão de três agentes
femininas.
Nas
30 horas de detenção, Sánchez se negou a comer e beber líquidos. Durante
interrogatório, a blogueira insistiu para fazer um telefonema. O pedido foi
concedido durante a madrugada de sexta (5) e ela falou com seu pai.
HIBERNAÇÃO
Após
a ligação, Yoani Sánchez diz ter entrado em uma espécie de hibernação, que
fazia parte da outra parte da resistência. Além de não comer e beber líquidos,
ela também se recusou a fazer um exame médico e colaborar com os policiais.
Em
boa parte do período em que esteve presa, a blogueira afirmou que estava sendo
filmada e organizou as ideias e as declarações para evitar que fossem cortadas
e editadas pela televisão oficial.
Após
passar quase 24 horas em uma cela, foi transferida para uma sala mais ampla,
que tinha um quarto com uma cama comum, o que considerou um golpe baixo.
"Aquilo
não era um quarto, era um set [de filmagem]. Uma dureza que não estava no golpe
ou na tortura, mas na convicção de que não era possível confiar em nada do que
acontecia dentro daquelas paredes".
Depois
de horas sem se pronunciar, a blogueira foi transferida para Havana em um
ônibus em que estava seu marido. Ela chamou a prisão de um tropeço, comparando
com o período vivido por Ángel Carromero.
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