Recursos do "prev-saúde" só poderão
ser usados pelo poupador, após aposentadoria, para contratar serviços de
assistência médica e hospitalar
O governo federal prepara uma
mudança no mercado de fundos de previdência complementar. A partir do próximo
ano, bancos poderão oferecer aos clientes um novo fundo que funcionará como uma
espécie de plano de saúde complementar. A ideia é garantir recursos que só
poderão ser utilizados pelo poupador, quando se aposentar, para contratar
serviços de assistência médica e hospitalar.
A criação do fundo - inicialmente
chamado de "prev-saúde" - tem como objetivo garantir aos
consumidores, segundo avaliação dos técnicos responsáveis pela proposta, a
mesma coisa que os planos de previdência complementar garantem aos seus
clientes: uma poupança adicional que pode ser usada a partir da aposentadoria,
dando mais fôlego financeiro para o indivíduo.
No caso da previdência, os fundos
complementares garantem um aposentadoria superior àquela oferecida pelo
Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). No caso da saúde, o poupador terá
dinheiro para garantir atendimento complementar ao que é oferecido pelo governo
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em conversas iniciais com
representantes dos bancos, que vão oferecer e administrar o
"prev-saúde", e dos planos de saúde - que vão prestar serviços ao
aposentado que investir no fundo -, os técnicos do governo federal não
encontraram resistências à proposta.
Benefícios
De acordo com estimativas do
Ministério da Previdência Social, cerca de 70% de tudo o que um aplicador de um
fundo de previdência complementar acumula ao final da vida - isto é, quando
inicia o resgate mensal dos recursos após a aposentadoria - refere-se a
rentabilidade do dinheiro. Apenas 30% de tudo o que o aplicador acumulou,
portanto, é equivalente ao recurso próprio do investidor.
Assim, o benefício de constituir um
"prev-saúde", advogam os técnicos do governo federal, é poder arcar
com os custos crescentes do mercado de planos de saúde com a rentabilidade de
aplicações financeiras.
Sobre o "prev-saúde" não
incidirá Imposto de Renda (IR). Já sobre os fundos de previdência complementar
incide a alíquota mínima de 10% de IR, para o caso de aplicações de longo
prazo. O projeto do Ministério da Previdência Social já passou pelas instâncias
técnicas do Ministério da Fazenda, e hoje está em análise na Receita Federal,
que será a última a se pronunciar sobre o projeto. A reportagem apurou que o
sinal verde do Fisco deve ser dado até o fim do ano, uma vez que, por se tratar
de uma nova modalidade de investimento, não há uma desoneração implícita no
projeto.
Rendimento
A proposta será oficialmente
apresentada ainda neste ano ao Conselho Nacional de Previdência Complementar
(CNPC), órgão máximo de regulação do regime de fundos de previdência
complementar, responsável pela autorização de novas regras.
Por uma questão de agenda, o CNPC
precisa, antes, autorizar a redução - de 6% para 5,5% ao ano - da taxa de
rendimento máxima dos fundos de pensão.
Essa definição será anunciada em
duas semanas, apurou o Estado. De acordo com integrantes do CNPC ouvidos pela
reportagem, a mudança vai adequar o mercado de fundos ao novo cenário de juros
mais baixos no país.
A criação da modalidade
"prev-saúde" para investimentos deve ser aprovada rapidamente pelo
CNPC, avaliam os técnicos, uma vez que os detalhes já foram discutidos
internamente.
Fonte: Agência Estado
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