O
sucesso da Lei da Ficha Limpa vai depender que os tribunais regionais eleitorais
(TREs) façam a sua parte, disse a diretora do Movimento de Combate à Corrupção
Eleitoral (MCCE), Jovita José Rosa, após participar do seminário Entre o Formal
e o Real: Desafios na Implementação das Leis Que Tornam o Brasil mais
Transparente. O evento foi promovido pelo Instituto Millenium, na Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Jovita
comentou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “deu um voto a favor da Ficha
Limpa”, na medida em que colocou as contas de campanha em questão. “De modo
geral, hoje, a Lei da Ficha Limpa está nas mãos dos TREs para que eles façam
valer”. Ela ressaltou que os demais atores envolvidos – sociedade, Congresso
Nacional, Presidência da República e Supremo Tribunal Federal – fizeram a sua
parte. “Agora, a gente precisa de uma ação concreta dos tribunais regionais.
Neste momento, a bola está com eles”, disse.
A
diretora da ONG está confiante que a grande maioria dos TREs vai ser pela
aplicação da nova lei. “É lógico que vai haver exceções, infelizmente”, disse.
Alertou, contudo, que muitos candidatos considerados “ficha suja” já deixaram
de participar da eleição deste ano, por causa da lei que está valendo. “A gente
tem muito que comemorar”.
Jovita
acredita, inclusive, que a eleição deste ano será um marco no país. Ela
destacou a grande mobilização da sociedade, iniciada por ocasião da campanha
pelo voto direto no país, em 1984, que ganhou vulto em torno da Lei da Ficha
Limpa e “aprimora agora a democracia”. “A sociedade brasileira está no caminho
certo e, consequentemente, o Brasil também vai para o caminho certo”, disse.
A
questão agora, segundo a diretora, é melhorar a qualidade dos partidos
políticos, partindo do pressuposto que “candidato bom vem de partido bom, de
partido forte, e que candidato ficha limpa vem de partido ficha limpa”. É
preciso também . dar maior transparência à questão das doações para as
campanhas. Avaliou que as doações de campanhas são essenciais para que os
cidadãos possam escolher em quem vão votar, “porque sabendo quem está
financiando, a gente vai saber qual será a postura dele [candidato] lá na
frente”, declarou.
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