sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Protestos marcam desfiles do Dia da Independência pelo país

A principal manifestação aconteceu em Brasília, onde centenas de pessoas marcharam pela mesma avenida


Protestos contra a corrupção marcaram as comemorações desta sexta-feira pelo 190º aniversário do Dia da Independência em várias cidades do país e, em muitos casos, os tradicionais desfiles militares foram seguidos de marchas de manifestantes, na maioria vestidos de preto.
A principal manifestação aconteceu em Brasília, onde centenas de pessoas marcharam pela mesma avenida em que poucos minutos antes passou o grande desfile militar liderado pela presidente Dilma Rousseff.

As comemorações em que Dilma esteve presente também foram permeadas por manifestações de policiais federais em greve, parentes de militares que exigem aumentos salariais e até integrantes de um grupo feminista que, com os seios expostos, conseguiram caminhar alguns metros à frente de um grupo de tanques de guerra.

As manifestações contra a corrupção, convocadas pelas redes sociais em pelo menos 58 cidades, reuniram milhares de pessoas no mesmo palco dos desfiles militares em capitais como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba.
Os protestos, convocadas por ONGs que se dizem apartidárias, exigiram maior empenho no combate à corrupção e exibiram cartazes em apoio ao julgamento que do 'Mensalão'.

O Supremo Tribunal Federal (STF), que ontem concluiu a segunda fase do processo, já condenou oito dos 37 réus e absolveu outros dois. Foi o segundo ano consecutivo em que ONGs convocaram manifestações contra a corrupção no Dia da Independência.
Assim como no ano passado, a maior parte dos manifestantes esperou que os militares concluíssem seu desfile pela Esplanada dos Ministérios, a principal avenida de Brasília, para marchar em frente às mesmas escadarias em que pouco antes cerca de 40 mil pessoas assistiam aos desfiles militares.

Poucas horas antes, a presidente abriu o desfile militar a bordo do Rolls Royce 'Silver Wraith' sem capota doado pela rainha Elizabeth II em 1953 e usado pelos presidentes em ocasiões especiais.
Em seu percurso, Dilma foi aplaudida por grande parte da multidão, mas também viu cartazes de protesto de policiais federais em greve e de parentes de militares exigindo aumentos salariais.
Após chegar ao camarote presidencial, a governante assistiu ao resto do desfile ao lado da filha Paula, do neto Gabriel, e de vários ministros, como o da Defesa, Celso Amorim; o das Relações Exteriores, Antonio Patriota; a da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a da Cultura, Ana de Hollanda e o das Comunicações, Paulo Bernardo Silva; alguns ministros do STF e o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia.

O desfile foi interrompido a vários metros do camarote presidencial por duas integrantes da célula brasileira do Femen, o grupo internacional de feministas nascido na Ucrânia e que ficou famoso porque suas ativistas costumam aparecer sem camisa para lutar pelos direitos das mulheres.
As duas manifestantes, que entraram na avenida usando apenas shorts e empunhando cartazes com slogans feministas, foram retiradas à força por oito policiais e levadas para uma delegacia.

O desfile em Brasília foi encerrado com um espetáculo da 'Esquadrilha da Fumaça'.
Já a celebração militar no Rio de Janeiro teve como novidade neste ano a exibição da Bandeira Olímpica, recebida pelas autoridades municipais no mês passado no encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, já que a cidade será sede dos jogos em 2016.

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Dag Vulpi

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